Um recente levantamento realizado pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) revelou que, em maio de 2025, 41% das empresas do setor de alimentação fora do lar registraram lucro. Este número é um sinal positivo em um cenário onde apenas 18% dos estabelecimentos operaram com prejuízo, o menor percentual verificado desde dezembro do ano anterior. Além disso, 39% dos restaurantes mantiveram a estabilidade em suas operações, enquanto 2% das empresas ainda estavam em fase de criação nesse período.
A pesquisa, que aborda também o endividamento no setor, aponta que 37% das empresas estão com pagamentos em atraso, que podem incluir impostos, empréstimos e aluguel. Dentre essas, 73% enfrentam débitos com impostos federais, 52% com impostos estaduais e 37% com instituições financeiras. Esses números indicam um desafio permanente para os proprietários de restaurantes e bares, fazendo com que muitos lutem para equilibrar suas finanças.
Outro aspecto importante abordado pela pesquisa diz respeito à dificuldade em repassar os aumentos dos custos de insumos para os consumidores. A análise indicou que 35% dos empreendedores não conseguiram reajustar os preços de seus cardápios no último ano. Enquanto 25% aumentaram os preços abaixo da inflação, 35% apenas seguiram o índice inflacionário, e apenas 5% conseguiram elevar os preços acima da inflação. Este cenário se torna complexo, especialmente considerando que a inflação da alimentação fora do domicílio, de acordo com o IPCA, foi de 7,70%, ainda que abaixo de itens como café, carne e frango, que tiveram aumentos significativos.
O presidente-executivo da Abrasel, Paulo Solmucci, afirmou que os dados são encorajadores, uma vez que o setor começou a mostrar sinais de recuperação, em parte devido ao impacto positivo do Dia das Mães, uma das datas mais lucrativas para bares e restaurantes. No entanto, ele enfatiza que a inflação continua a pressionar as margens de lucro, complicando ainda mais a imagem financeira do setor. Desta forma, Solmucci alerta que, apesar dos sinais de recuperação, os proprietários precisam ter cautela, uma vez que muitos ainda enfrentam dificuldades em lidar com o aumento dos custos, afetando diretamente suas receitas.
Com informações e fotos da Abrasel/BR