Embrapa Suínos e Aves, IOC/Fiocruz, Lacen/PR, Vigilância Epidemiológica do Paraná e UFSM identificaram oito casos de infecção humana por vírus influenza A variante de origem suína. Os casos foram registrados no Paraná entre os anos de 2020 e 2023, com maior incidência em indivíduos que tinham contato direto ou indireto com suínos. A infecção de humanos pelo vírus influenza A de origem suína é considerada esporádica, não havendo evidências de transmissão sustentada entre pessoas.
Os pesquisadores utilizaram o sequenciamento do genoma completo para investigar a evolução genética dos vírus influenza A em suínos no Brasil. A partir dessas análises, recomendaram a expansão da vigilância em suínos e humanos, adotando a abordagem de “Uma Só Saúde”, com o intuito de monitorar a evolução genética dos vírus. Tal ação auxilia na seleção de candidatos vacinais, visando o controle da influenza nos animais e a prevenção de pandemias a nível global, conforme diretrizes da OMS.
Ao longo do período estudado, entre 2020 e 2023, um total de oito casos de infecção humana por vírus de origem suína foram identificados no estado do Paraná, com municípios como Ibiporã, Irati, Toledo e Santa Helena sendo os principais locais de incidência. A maioria dos casos apresentou sintomas respiratórios leves, porém dois casos graves, incluindo um óbito, foram registrados. O estudo contou com a participação do Laboratório Central do Estado do Paraná e da Vigilância Epidemiológica da Secretaria da Saúde local, reforçando a importância da abordagem de Saúde Única na prevenção de novas pandemias.
Os pesquisadores destacaram a relevância da vigilância estruturada da influenza em humanos no Brasil para a identificação desses casos. A vigilância da influenza e outros vírus respiratórios é realizada por meio da vigilância sentinela de síndrome gripal e da síndrome respiratória aguda grave em pacientes hospitalizados. A pesquisadora Rejane Schaefer ressaltou a necessidade de expandir a vigilância em suínos, visando monitorar a evolução genética dos vírus e colaborar no desenvolvimento de novas vacinas para controlar a doença nesses animais, reduzindo assim o risco de transmissão entre espécies.
Com informações da Embrapa
Fotos: Foto: Lucas Scherer / Embrapa