Em um marco significativo para a interseção entre saúde e arte, um estudo elaborado por integrantes do projeto de extensão Sorriso de Plantão da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal) foi recentemente publicado na renomada revista internacional Studies in Health Sciences. Essa pesquisa destaca a atuação de grupos de palhaços hospitalares como agentes promotores da saúde dentro de ambientes hospitalares, revelando o impacto positivo do riso e do afeto no cuidado com os pacientes.
O artigo, intitulado “A gestão e as relações hospitalares dos grupos de palhaços promotores da saúde: um estudo internacional”, é fruto de um trabalho desenvolvido entre 2021 e 2023. A pesquisa coletou dados relevantes por meio de entrevistas realizadas por videoconferência, envolvendo representantes de grupos atuantes em diversas partes do mundo, incluindo Europa Ocidental, América Latina e Oriente Médio. A análise qualitativa, baseada na técnica de Bardin, teve como objetivo entender as concepções de promoção da saúde e as estratégias de gestão utilizadas pelos grupos, fundamentando-se em teorias de Henry Sigerist.
A professora Maria Rosa da Silva, coordenadora do projeto e coautora do artigo, ressaltou a importância da publicação como um reconhecimento da extensão universitária em um cenário global. Segundo ela, “essa publicação confirma que o riso, quando produzido a partir do afeto e do respeito, pode efetivamente constituir uma forma de cuidado”. A divulgação do trabalho em uma revista científica internacional fortalece a legitimidade da atuação dos palhaços, demonstrando que sua prática é embasada teoricamente e possui um impacto social significativo.
Os resultados do estudo indicam que, independentemente das particularidades culturais de cada país, os palhaços hospitalares compartilham um objetivo comum: promover o bem-estar emocional e psicológico dos pacientes. Embora as formas de organização e gestão dos grupos variem conforme as necessidades de cada instituição, a atuação dos palhaços é reconhecida como uma tecnologia leve de cuidado, baseada em escuta, vínculos e humanização.
As categorias analisadas ao longo do artigo, como “Hospitais promotores da saúde” e “Atuação dos palhaços no cenário hospitalar”, reforçam a ideia de que a arte do riso pode transformar os ambientes hospitalares, tornando-os mais sensíveis e acolhedores.
O estudo foi realizado por uma equipe multicisciplinar, incluindo pesquisadores e artistas de várias instituições. Para Maria Rosa, este trabalho não apenas promove a consolidação do projeto Sorriso de Plantão como uma prática de extensão universitária, mas também visa inspirar novas iniciativas que unam arte, saúde e ciência. O impacto dessa abordagem inovadora no cuidado ao paciente ressoa além das fronteiras, sinalizando um novo paradigma na atuação em saúde.
Com informações e fotos da Sesau/AL