No Dia Nacional de Denúncia contra o Racismo, a Prefeitura de Maceió, em parceria com o Instituto Raízes da África, organizou uma roda de conversa significativa, ocorrida na Orla da Jatiúca. O evento, intitulado “O Rastro do Racismo: Minha casa é rua”, teve como objetivo principal promover um espaço de escuta acolhedora e discussão sobre as múltiplas facetas do racismo e suas consequências sociais.
Arísia Barros, ativista e coordenadora do Instituto Raízes da África, foi a responsável pela condução do evento. Em sua fala, ela ressaltou a relevância da data, apontando que, para o movimento negro, o 13 de maio não representa a verdadeira abolição da escravatura, mas sim um dia de reflexão e denúncia contra a exclusão racial que persiste no Brasil, mais de um século após a promulgação da Lei Áurea. Arísia enfatizou que a liberdade outorgada aos negros ocorreu sem a devida garantia de direitos básicos como moradia, educação e emprego, resultando em uma sociedade que, até hoje, reflete essas desigualdades.
Durante as discussões, a ativista também abordou o conceito de “Rastro do Racismo”, explicando como a falta de oportunidades para os ex-escravizados e seus descendentes criou um ciclo de exclusão social que se perpetua. O discurso de Arísia ilustrou que a realidade de muitos moradores em situação de rua é um reflexo direto dessa história de injustiça.
Adicionalmente, Arísia mencionou a elaboração de uma cartilha destinada a jornalistas, com o objetivo de transformar a forma como negros e pessoas em situação de vulnerabilidade são retratados nos meios de comunicação. Para ela, a luta contra o racismo deve transcender datas simbólicas, exigindo ações concretas e políticas eficazes que combatam a discriminação racial de maneira efetiva.
A ativista também compartilhou que muitos, especialmente da população negra, rejeitam a data do 13 de maio, preferindo celebrar o 20 de novembro, o Dia da Consciência Negra, que carrega um significado mais profundo e engajado na luta antirracista. Em suas palavras, ficou claro que a batalha contra o racismo é contínua e deve ser abordada com seriedade em todas as esferas da sociedade.
Com informações de fotos da Prefeitura de Maceió