Prefeitura de Maceió promove o 1º Encontro de Saberes e Resistência Periférica em Benedito Bentes

A Prefeitura de Maceió, em parceria com o Coletivo de Mulheres Pretas Periféricas e o Instituto Raízes da África, organizou o 1º Encontro de Saberes e Resistência Periférica, que aconteceu no último sábado (31 de maio), no Residencial Jorge Quintella, localizado em Benedito Bentes II, na parte alta da cidade. Este evento culminou as atividades do “Maio Negro”, um mês dedicado à reflexão sobre a abolição da escravatura no Brasil.

O encontro, liderado pela ativista Arísia Barros, trouxe à tona discussões fundamentais relacionadas à luta pela igualdade racial e os desafios ainda enfrentados pela população negra. Arísia enfatizou a importância das trocas de experiências e da valorização das histórias da periferia, destacando que eventos desse tipo são cruciais para uma compreensão mais profunda das questões contemporâneas ligadas ao racismo e suas raízes históricas.

Ela ressaltou que a luta pela visibilidade e autonomia da população negra não deve ser restrita a datas específicas, mas sim um compromisso constante. Para Arísia, a interpretação da Lei Áurea evidencia a continuidade do racismo. Ela observou: “Após o 14 de maio, enfrentamos um colapso de oportunidades, o que perpetua a exclusão social.”

A coordenadora do Coletivo de Mulheres Pretas Periféricas, Edivânia Gatto, destacou o papel fundamental do coletivo, que visa capacitar mulheres, muitas vezes vítimas de violência doméstica e dependência emocional. Entre as iniciativas oferecidas, estão palestras de conscientização, assistência psicológica e cursos de geração de renda, como artesanato e cuidados de beleza, promovendo a autonomia financeira das participantes.

O evento encerrou em clima festivo, com uma roda de capoeira organizada pelo Grupo de Capoeira Filhos de Angola e uma deliciosa degustação de pratos típicos, reforçando as tradições culturais afro-brasileiras. A Prefeitura de Maceió colaborou com a realização do evento, fornecendo estrutura, materiais e apoio logístico, demonstrando seu compromisso com a promoção da diversidade e inclusão social.

Fica claro que estabelecer diálogos e fomentar a resistência são passos essenciais em direção a uma sociedade mais justa, onde as vozes da periferia sejam ouvidas e respeitadas.