O trabalho intermitente tem se consolidado como uma solução inovadora no setor de alimentação fora do lar, com um impressionante aumento de 43 mil novos vínculos em 2025 até o mês de maio. Esse modelo de contratação tem sido amplamente reconhecido como um avanço que promove tanto a flexibilidade quanto a inclusão no mercado formal. Ao contrário das estruturas de empregos tradicionais, que nem sempre atendem às necessidades de um público crescente que busca horas de trabalho reduzidas, o trabalho intermitente se apresenta como uma alternativa atraente para jovens, estudantes e pais que desejam conciliar suas responsabilidades com uma receita adicional.
De acordo com pesquisas recentes, 59% da população prefere a autonomia do trabalho autônomo em detrimento de vínculos empregatícios convencionais. Esse desejo de maior liberdade tem impulsionado a busca por modalidades de trabalho mais flexíveis. No total, dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) revelam que 78% dos contratos intermitentes até o momento estão concentrados no setor de serviços, refletindo uma adaptação necessária às novas exigências do mercado.
Desde sua regulamentação em 2017 e com validação constitucional pelo Supremo Tribunal Federal em 2024, o trabalho intermitente assegura aos colaboradores direitos trabalhistas como férias e 13º salário, mas adaptando-se à demanda dos empregadores. Este modelo, que se assemelha ao sistema ‘part-time’ amplamente adotado nos Estados Unidos—onde 56% dos trabalhadores do setor de alimentação atuam dessa forma—vem oferecendo diversos benefícios aos estabelecimentos, que podem atender a picos de demanda sem comprometer a eficiência.
Paulo Solmucci, presidente da Abrasel, ressalta que essa modalidade é crucial para a competitividade do setor em um cenário desafiador. Ele explica que o trabalho intermitente permite que as empresas ajustem suas equipes de forma dinâmica, melhorando a resposta às flutuações de demanda do mercado. Além disso, com a implementação de tecnologias como a inteligência artificial, os gestores conseguem planejar escalas de trabalho de forma mais eficiente, elevando a remuneração dos trabalhadores que podem ganhar entre 60% e 80% a mais por hora.
A expansão do trabalho intermitente faz parte da estratégia do Plano de Restauração da Abrasel, que visa a modernização do setor. Com o apoio de grandes empresas, espera-se que essa prática esteja ainda mais difundida entre micro e pequenos negócios, criando um ambiente mais saudável de trabalho e oportunidades. O desafio permanece, uma vez que 90% dos empresários relatam dificuldades para contratar, mas a crescente valorização do trabalho intermitente tem se mostrado um caminho viável para otimizar as relações entre empregadores e empregados, contribuindo, assim, para a sustentabilidade do setor de alimentação fora do lar.
Com informações e fotos da Abrasel/BR