Um dos destaques da agricultura brasileira atualmente é a nova cultivar de guandu, a BRS Guatã. Essa leguminosa apresenta um alto teor de proteína, em torno de 15%, e possui a capacidade de associar-se às bactérias do solo que realizam a fixação de nitrogênio. Além disso, a BRS Guatã mostra-se como uma excelente opção para a produção de cobertura morta e adubação verde em rotação com outras culturas, o que poderia trazer benefícios para a recuperação de pastagens degradadas.
Uma das características mais marcantes da BRS Guatã é a sua alta tolerância ao déficit hídrico. Experimentos demonstraram que a produção de massa seca por hectare é estatisticamente igual tanto em condições de sequeiro quanto de irrigação. Isso significa que a BRS Guatã pode ser uma opção viável mesmo em regiões sujeitas a períodos de seca.
Além disso, a BRS Guatã é capaz de fornecer entre 80 e 120 kg de nitrogênio por hectare através da adubação verde, o que contribui significativamente para a ciclagem de nutrientes no solo. A decomposição da biomassa da leguminosa libera nutrientes essenciais, como nitrogênio, fósforo, potássio e micronutrientes, enriquecendo o solo e beneficiando as culturas futuras.
Outro ponto forte da BRS Guatã é a sua capacidade de controlar nematoides, parasitas que causam prejuízos significativos à agricultura nacional. Estudos mostraram que a nova cultivar tem potencial para controlar nematoides como Pratylenchus brachyurus, P. zeae, Meloidogyne javanica e M. incógnita, que são frequentemente encontrados em culturas como soja e cana-de-açúcar.
Além de todos esses benefícios, a BRS Guatã apresenta outras vantagens competitivas, como um ciclo vegetativo mais curto em comparação com outras cultivares de guandu, uma boa adaptação ao campo e resistência a doenças como a ferrugem da soja e a podridão do caule.
Em suma, a BRS Guatã representa um avanço significativo para a agricultura brasileira, oferecendo uma solução integrada para o manejo de pragas, a produção de alimentos e a sustentabilidade dos sistemas produtivos. Sua adoção promissora nas regiões Sudeste e Centro-Oeste do Brasil aponta para uma intensificação equilibrada e inteligente da pecuária, conciliando produtividade e preservação ambiental.
Com informações da Embrapa
Fotos: Foto: Lívia Mendes de Castro / Embrapa