Com a entrada do outono e do inverno, as unidades de saúde registram um aumento notável da incidência de doenças respiratórias. Condições como gripe, resfriado, bronquite, asma e pneumonia tornam-se especialmente frequentes, afetando um público vulnerável que inclui crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas. Diante dessa emergência de saúde, muitos se perguntam: quando é realmente hora de procurar um atendimento emergencial?
O médico Pedro Andrade, do Hospital Ib Gatto Falcão, esclarece que nem todos os quadros gripais demandam uma visita ao pronto-socorro. Segundo ele, uma quantidade significativa desses casos pode ser adequadamente tratada em casa, com repouso, hidratação e medicamentos para alívio dos sintomas. “A maioria das infecções respiratórias é viral e pode ser controlada com cuidados básicos”, acrescenta.
Entretanto, o especialista alerta que é fundamental observar a evolução dos sintomas nas primeiras 72 horas. Alguns sinais podem indicar uma gravidade que exige atenção imediata. Faltas de ar, chiados no peito, dor torácica, febre persistente por mais de três dias, coloração azulada nos lábios ou extremidades, confusão mental e sonolência excessiva são indicadores de que a assistência médica deve ser buscada com urgência.
Particularmente nas crianças pequenas, sintomas como gemência, respiração com ruído, batimento das asas do nariz e retrações na região das costelas são criticamente indicativos de dificuldades respiratórias e exigem que os responsáveis procurem ajuda imediatamente. Pacientes que já convivem com condições como asma ou Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) também devem ser cautelosos; qualquer agravamento nos sintomas habituais deve ser motivo para uma avaliação médica rápida.
Além disso, é vital considerar que procurar atendimento hospitalar desnecessariamente pode não apenas resultar em contatos indesejados com outros patógenos, mas também contribuir para a superlotação dos serviços de emergência. Casos leves, que podem ser geridos em casa ou em Unidades Básicas de Saúde (UBS), devem ser priorizados para evitar o acúmulo de pacientes com quadros mais sérios.
Portanto, situações como coriza, tosse leve e febre baixa sem sinais claros de desconforto respiratório geralmente não requerem atendimento emergencial. Monitorar esses sintomas é recomendável, e a busca por assistência deve ser feita apenas se a condição se agravar.
Por fim, as estratégias de prevenção continuam sendo a melhor abordagem. A vacinação contra a influenza e a Covid-19 é essencial para os grupos vulneráveis. Além disso, atitudes simples, como a lavagem frequente das mãos, a evitação de aglomerações e o uso de máscaras em ambientes fechados, são cruciais na contenção da proliferação de vírus. Durante os meses frios e secos, estar bem informado e saber identificar os sinais de alerta podem ser determinantes para um tratamento eficaz e para evitar complicações sérias.
Com informações e fotos da Sesau/AL