Na última cúpula do G20, uma série de discursos destacou a crescente pressão para uma reforma nas instituições de governança global. Na reunião, que atraiu líderes parlamentares de várias nações, emergiram fortes argumentos sobre a necessidade de transformações em organismos fundamentais, como as Nações Unidas e o Conselho de Segurança, a fim de enfrentar adequadamente os desafios contemporâneos, desde a crise climática até os conflitos armados.
Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados do Brasil, reiterou em sua intervenção que reformar essas instituições é absolutamente crucial para garantir a paz e a segurança internacional. Ele destacou que as atuais estruturas não são suficientemente inclusivas e que precisam realinhar seu foco para tratar das desigualdades e promover um desenvolvimento sustentável que seja tanto justo quanto abrangente. Lira também enfatizou a importância de reformar os sistemas financeiros globais, como o FMI e o Banco Mundial, para que suas decisões considerem os contextos nacionais e promovam o progresso social e econômico com um compromisso ambiental.
Numan Kurtulmus, presidente do Parlamento da Turquia, manifestou preocupações semelhantes sobre a incapacidade das organizações internacionais em enfrentar os problemas globais. Ele classificou o fracasso da ordem internacional como um sinal claro da necessidade de novas estruturas que promovam a estabilidade e proteção dos direitos das nações mais vulneráveis. A urgência de uma nova ordem mundial é evidenciada, segundo ele, pelos trágicos acontecimentos em locais como a Palestina.
No mesmo tom, Lindsay Hoyle, presidente da Câmara dos Comuns do Reino Unido, frisou que as mulheres ainda enfrentam desafios significativos, como violência política, apesar de representarem aproximadamente 40% de seu Parlamento. Ele afirmou que Parlamentos democráticos são essenciais para evitar governos ditatoriais.
Lorenzo Fontana, da Itália, reiterou a importância de promover a inclusão e o pluralismo através da participação ativa dos Parlamentos nas negociações internacionais. Ele advertiu que princípios fundamentais como paz e igualdade estão em risco e que são necessárias soluções políticas para conflitos em regiões como a Ucrânia e o Oriente Médio.
Puan Maharani, presidente do Parlamento da Indonésia, destacou como as mudanças climáticas e as disputas geopolíticas intensificam as incertezas globais. Ela chamou a atenção para a negligência de alguns países em relação à cooperação internacional, citando o cenário em Gaza como um exemplo claro de onde as atuais estruturas de governança falham.
Representantes de outras nações, como São Tomé e Príncipe, Portugal e África do Sul, também pediram um papel mais forte dos Parlamentos na governança global. Eles defendem que as vozes dos países em desenvolvimento devem influenciar decisões globais, ao mesmo tempo em que se garante espaço equalitário para todos os parceiros internacionais.
O vice-presidente do Parlamento da Rússia, Konstantin Kosachev, criticou a tendência dos países ocidentais em manter um sistema que, segundo ele, serve mais a seus interesses do que às necessidades globais. Ele destacou a importância de iniciativas internacionais como os BRICS para promover um diálogo efetivo sem favorecer nenhuma nação específica.
Cada uma dessas perspectivas ressalta a necessidade de uma revisão profunda das estruturas de governança global. Os Parlamentos, em sua diversidade e capacidade de representar a vontade popular, são vistos como atores imprescindíveis na busca por uma governança que seja realmente equitativa, sustentável e inclusiva para todos os povos.
Com informações e fotos da Câmara dos Deputados