Alagoas enfrenta um alerta máximo devido às intensas chuvas que têm afetado diversas localidades do estado. A situação foi comunicada pela Defesa Civil Estadual e pela Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh) em um relatório divulgado na tarde desta segunda-feira (30). O monitoramento, que é contínuo, revela um aumento preocupante nos níveis dos rios São Miguel, Manguaba e Camaragibe, além da Lagoa Manguaba. Regiões como o Litoral, Zona da Mata, Baixo São Francisco e Agreste estão sob a mesma advertência.

O Rio São Miguel, em particular, já supera a cota de transbordamento, atingindo 429 cm — 49 cm acima do nível considerado crítico. Como resultado, a cidade de São Miguel dos Campos enfrenta uma situação emergencial, com 177 pessoas desabrigadas em abrigos temporários, como duas escolas. A gravidade da situação é evidente e demanda uma rápida resposta das autoridades.

O Rio Manguaba, localizado em Porto Calvo, também apresenta níveis alarmantes, com 236 cm medidos às 10h, seguindo acima da cota de atenção, que é de 210 cm. Apesar de estar estável neste momento, há um significativo risco de transbordamento, especialmente se as chuvas continuarem a se intensificar nas próximas horas.

A Lagoa Manguaba, que se estende pelos municípios de Pilar e Marechal Deodoro, também está com os níveis elevados. Em Pilar, a situação já é crítica, com a água superando a cota de transbordamento de 137 cm. Em Marechal Deodoro, o nível registrado foi de 266 cm, muito próximo do limite de 270 cm, causando já pequenos alagamentos nas comunidades locais.

Além disso, o Rio Camaragibe apresenta riscos em áreas mais baixas de Matriz do Camaragibe e Passo de Camaragibe, especialmente em decorrência das chuvas que ocorreram durante a noite do dia 29 para 30 de junho. A previsão mostra uma tendência de elevação contínua dos níveis, o que pode agravar ainda mais a situação de alagamento.

O coronel Moisés Melo, coordenador da Defesa Civil Estadual, enfatiza a urgência de que as defesas civis municipais acionem seus planos de contingência, evacuando as pessoas que habitam em áreas de risco e garantindo abrigo para essas famílias em locais seguros. O coordenador deixou clara a disposição da Defesa Civil em apoiar as ações necessárias.

Na perspectiva climática, o monitoramento indica a continuidade de chuvas de intensidade moderada a forte, acompanhadas de rajadas de vento nas regiões críticas. Semarh e Defesa Civil alertam sobre a possibilidade de novos pontos de alagamento, principalmente em áreas urbanas com sistemas de drenagem deficientes, além do risco aumentado de deslizamentos de terra em áreas montanhosas. Nas outras partes do estado, as chuvas devem ter caráter mais leve, sem grande potencial de risco. A combinação desses fatores cria um quadro que exige atenção redobrada das autoridades e da população.

Com informações e fotos da Semarh/AL