Alagoas recebe de volta o papagaio-chauá após 40 anos sem registros significativos da espécie no estado. A soltura de 20 aves em uma Reserva Particular do Patrimônio Natural, localizada em Coruripe, marca um marco importante para a conservação ambiental em Alagoas. A iniciativa, que faz parte do Plano de Ação Estadual para a Conservação do Chauá, é fruto de uma parceria entre o Ministério Público do Estado de Alagoas e o Instituto do Meio Ambiente do Estado de Alagoas (IMA/AL).
As aves passaram sete meses em um viveiro de aclimatação situado em uma área de Mata Atlântica. Após o período de adaptação, as portas do viveiro foram abertas para que os papagaios pudessem explorar livremente o ambiente natural, adquirindo hábitos essenciais para a vida em liberdade e estimulando a reprodução na natureza. A soltura das aves também teve o objetivo de sensibilizar a população sobre a importância de combater o cativeiro ilegal de animais silvestres.
Luiz Fábio Silveira, pesquisador do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo, acompanhando o manejo das aves, destacou a importância desta ação, resgatando filhotes ilegais em 2019 e devolvendo-os ao seu habitat natural. Sua emoção ao ver as aves explorando as árvores e arriscando os primeiros voos demonstra o impacto positivo dessa iniciativa na preservação da espécie.
A parceria entre o Ministério Público e o Instituto do Meio Ambiente é fundamental para a conservação de espécies ameaçadas, como o papagaio-chauá. Diversas instituições e órgãos fazem parte do Grupo Gestor do Plano de Ação, visando garantir a efetividade das ações de conservação.
O papagaio-chauá, endêmico do Brasil, vive em bandos e se alimenta principalmente de frutos maduros, brotos, flores e sementes. O tráfico ilegal e o desmatamento levaram a espécie a um estado de quase extinção em Alagoas, tornando a reintrodução dessas aves um marco importante para a conservação da biodiversidade no estado.
Com informações e fotos da Semarh/AL