logo_mco_2023_200X75
logo_mco_120X45

Publicidade

Publicidade

Brasil ganha força em minerais raros e busca atrair investimentos externos | José Osmando

COMPARTILHE

O Brasil tem figurado como detentor de uma das mais importantes reservas dos chamados minerais críticos do planeta, estando, assim, apto para oferecer uma enorme contribuição nas iniciativas ligadas à transição energética, podendo exercer um papel preponderante na redução das emissões de carbono e na conquista de mudanças importantes e benéficas no equilíbrio ecológico que tanto preocupa o mundo.

Ao sediar a Convenção das Nações Unidas sobre Mudança de Clima, a COP30, que se realizará em Belém do Pará, em novembro deste ano, o país está colocando a discussão sobre esses minerais críticos e sua contribuição para o mundo, de maneira que possa o Brasil atrair grandes investimentos externos, permitindo melhor exploração dessas reservas e mais eficiente aplicação industrial, por exemplo, na fabricação de meios de transporte não poluentes em escala universal e progressiva.

Conforme dados extraídos da mais recente edição do Mineral Commodity Summaries (relatório do Serviço Geológico Americano), o Brasil avançou posição nos rankings globais de terras raras e predominância do Lítio, em 2024, ocupando agora a segunda posição em terras raras e a sexta em reservas de lítio em todo o mundo.

Os pesquisadores do assunto indicam que há em território brasileiro, pelo menos no que até o momento levantados, 17 elementos importantes de terras raras, e nesse conjunto encontram-se quatro minerais essenciais para a produção de ímãs usados em motores de veículos elétricos e turbinas eólicas. 

Vê-se, dessa maneira que o Brasil está pronto para ver essas reservas sendo exploradas não apenas para produzir meios de transporte limpos, que não causem poluição, mas, na mesma intensidade, fornecer os insumos necessários a movimentar as turbinas eólicas, fazendo o país aumentar a geração de uma energia que, além de ser igualmente limpa, não poluidora, tem comparação vantajosa em custos quando confrontada com energia elétrica, gerada pelas hidroelétricas.

As reservas brasileiras de lítio estão calculadas em 1.370.000 toneladas e a atual produção, centrada praticamente toda na região do Vale do Jequitinhonha, em Minas, não passa de 270 mil toneladas de lítio verde por ano. Já há a presença de grandes mineradoras mundiais voltadas para a exploração e produção no Brasil, mas o tamanho das reservas, que pode se avolumar ainda mais com novas descobertas, demonstra que a capacidade do Brasil para atrair investimentos externos é imensa.

E não apenas para explorar e produzir lítio, mas muitos outros minerais, cujas reservas são gigantescas, como cobre, com 11.200.000 de toneladas; níquel, com 16.000.000 de toneladas; nióbio, com 16.000.000 de toneladas; terras raras, com 21.000.000 de toneladas; manganês, com 270.000.000 de toneladas; grafita, com 74.000.000 e alumínio (bauxita), com a monumental reserva de 2.700.000.000 de toneladas.

Com as reservas de cobre e níquel  que começam a ser exploradas em regiões que vão além do território de Minas Gerais, como o projeto Novo Carajás, que parte do Pará e se expande pelo norte e nordeste, o Brasil tem totais condições de se tornar líder global no fornecimento de minerais críticos e reforçar o protagonismo do país no combate aos desequilíbrios climáticos.

O Governo Federal está atento a essas possibilidades que o Brasil ostenta, daí o empenho para atrair grandes empresas mundiais para, juntamente com o empresariado nacional, montar estratégias ousadas e progressivas de exploração e produção, contribuindo, com suas presenças em regiões pouco habitadas e de precariedade de infraestrutura e segurança, para inibir a presença de garimpeiros ilegais em áreas como a Amazônia. 

Em 2024, a Agência nacional de Mineração (ANM) autorizou 4.630 projetos de pesquisa mineral e concedeu 10 direitos de exploração, todos relacionados a minerais críticos.  Também no ano passado, o BNDES lançou, em parceria com a Agência de Mineração e a mineradora Vale, um Fundo de Minerais Críticos de R$ 1 bilhão, com foco nas empresas júnior e de médio porte para apoio a projetos de pesquisa de minerais estratégicos.

Desse modo, além de potencializar negócios e colocar em circulação dinheiro decorrente da atuação de novos investidores, esse esforço por desenvolver a mineração será muito benéfico para evitar os garimpos ilegais, a ocupação criminosa de terras e evitar a derrubada de florestas.

Por José Osmando

0

LIKE NA MATÉRIA

Publicidade