O Brasil está presente no Mundial de Esqui Alpino de 2025, realizado entre os dias 4 e 16 de fevereiro em Saalbach, na Áustria, com três representantes e um desejo inédito: romper tabus históricos da modalidade. A participação do país chama atenção pelo contexto tropical do Brasil, tradicionalmente mais voltado para esportes de verão, o que torna o feito ainda mais impressionante. Desde a estreia dos brasileiros nos Mundiais em 1966, em Portillo, no Chile – uma edição que até hoje segue sendo a única realizada no Hemisfério Sul –, o Brasil tem lutado para se destacar nas competições de neve. Naquela ocasião, a equipe nacional era formada por Francisco e Luigi Giobbi, Michael Reis de Carvalho e Sergio Hamburger, com Francisco Giobbi alcançando o 24º lugar na prova do combinado. Até hoje, nenhum atleta sul-americano subiu ao pódio. No universo dos esportes de neve, o melhor resultado brasileiro é um 12º lugar de Isabel Clark no snowboard cross, em 2001.
Neste ano, as esperanças do Brasil se voltam para Lucas Pinheiro Braathen, um atleta talentoso nascido na Noruega, mas com raízes brasileiras por ser filho de Alessandra Pinheiro Braathen. Lucas vem se destacando nas provas técnicas de slalom e slalom gigante e foi recentemente mencionado pelo prestigiado jornal esportivo francês L’Equipe como um dos principais candidatos a alterar o panorama brasileiro neste esporte. Braathen já representou o Brasil em 15 competições desde seu retorno ao circuito internacional e acumulou três medalhas – duas de prata, em Beaver Creek (EUA) e Adelboden (Suíça), e um bronze em Kitzbühel (Áustria) – além de ter conquistado três quartos lugares. Um de seus maiores feitos foi garantir o primeiro pódio do Brasil em uma competição de esqui alpino, ao conquistar a prata em Beaver Creek.
Além de Lucas, o Brasil conta também com Giovanni Ongaro e Christoph Brandtner. Ambos estão comprometidos com as provas de slalom gigante e slalom programadas para os dias 14 e 16 de fevereiro, enquanto ainda sonham com a corrida olímpica para Milão-Cortina 2026, com o Brasil já garantindo uma vaga e possivelmente assegurando até outras duas. A programação do mundial prossegue com ajustes na pista para as provas técnicas e, mesmo entre os pesos pesados da competição, como Suíça e Áustria, o Time Brasil mantém a determinação de enfrentar adversários de igual para igual, sonhando com novos capítulos na história do esporte de inverno brasileiro. A competição tem transmissão pelo Disney+.
Além das performances individuais, o quadro de medalhas até agora reflete a supremacia suíça, que, com a vitória de Franjo von Allmen no downhill, lidera com duas medalhas de ouro. A Áustria segue de perto, enquanto a Itália, anfitriã dos próximos Jogos Olímpicos de Inverno, ocupa a terceira posição. Os Estados Unidos e a Noruega também figuram entre os favoritos nas primeiras colocações, ampliando o desafio para os brasileiros em busca de seu lugar na história.
Com informações do Comitê Olimpico do Brasil
Legenda Foto: Brasil desafia tabus no Mundial de Esqui Alpino 2025 com Lucas Pinheiro Braathen como esperança de pódio. O país, representado também por Giovanni Ongaro e Christoph Brandtner, busca superar sua melhor marca em esportes de neve. Foto: David Ramos/Getty Images.