- Ferramenta, que já capacitou cerca de 240 auditores de 141 países, será apresentada no próximo mês, na COP29 do Azerbaijão.
- Projeto conta com apoio de até US$ 1 milhão em recursos não reembolsáveis do Banco.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) sediou um evento que marcou a etapa final de capacitação de auditores para atuação no ClimateScanner, um projeto global que visa avaliar de forma padronizada as políticas governamentais em relação às emergências climáticas. Participaram do encontro representantes do BNDES e do Tribunal de Contas da União (TCU), bem como um representante do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) no Brasil.
Desenvolvido pelo TCU em colaboração com Instituições Superiores de Controle de 17 países, o ClimateScanner já capacitou cerca de 240 auditores dos 141 países que aderiram à plataforma. Os primeiros resultados da ferramenta serão apresentados na COP29, que ocorrerá em novembro, no Azerbaijão.
O objetivo do ClimateScanner é fiscalizar não apenas o cumprimento das políticas climáticas adotadas pelos países, mas também sua eficácia. Este projeto é considerado o maior já desenvolvido pela Intosai desde a sua fundação em 1953. O fortalecimento do diálogo entre as Instituições de Controle e a abordagem das mudanças climáticas como um assunto comum foram enfatizados como objetivos centrais.
O representante do PNUD no Brasil destacou que mitigar os efeitos das crises climáticas envolve custos significativos, mais do que investir em projetos que previnam ou minimizem esses danos.
Pronta resposta – O BNDES criou uma estrutura de pronta resposta para lidar com desastres climáticos. Como exemplos, foram mencionadas a seca e as enchentes no Rio Grande do Sul, além das queimadas em diversas regiões do país. No Rio Grande do Sul, foram direcionados R$ 5 bilhões para a recuperação do Estado. O Banco também aprovou R$ 405 milhões em recursos não reembolsáveis do Fundo Amazônia para combate a incêndios. Outras iniciativas incluem a recuperação da vegetação da caatinga e do semiárido nordestino.
O BNDES é reconhecido como o banco público que mais financiou energia limpa e renovável na história, segundo levantamento da Bloomberg. Foi observado que a transição energética é um processo custoso que requer políticas públicas efetivas.
Sul Global – Foi apontado o subfinanciamento das ações para enfrentar a crise climática e a necessidade de maior atenção aos países do Sul Global, especialmente os mais pobres. O projeto ClimateScanner foi destacado como um meio de colocar essa questão na agenda de negociações e diplomacias internacionais.
ClimateScanner – Em maio deste ano, o BNDES formalizou o apoio de até US$ 1 milhão em recursos não reembolsáveis para a conclusão do ClimateScanner. Além do apoio financeiro, técnicos do BNDES especializados em financiamento à resiliência climática participarão do projeto.
A iniciativa, liderada pela presidência da Intosai, permite uma auditoria rápida e padronizada das ações governamentais sobre as mudanças climáticas. Sua metodologia, desenvolvida em 2023, organiza-se em três eixos: governança, financiamento climático e políticas públicas, nos níveis nacional e internacional.
Desenvolvida com uma linguagem simples e recursos visuais, a plataforma oferece uma abordagem inovadora para acompanhar políticas públicas de enfrentamento às mudanças climáticas, capacitando instituições de controle em todo o mundo a realizar avaliações independentes das ações governamentais.
Foto: Vinícius Martins / Divulgação BNDES
Com informações e fotos do BNDES