- Iniciativa “BNDES Biodiversidade – Ilhas do Futuro, Ninhos Protegidos” possui orçamento total de R$ 80 milhões.
- BNDES Corais amplia sua escala e atinge R$ 176 milhões com seis novos projetos de recuperação de recifes.
- Consórcio liderado pela FGV é o vencedor do edital para Planejamento Espacial Marítimo (PEM) da região Norte.
- Contrato com consórcio “Sudeste Azul” para PEM da costa de SP, RJ e ES foi assinado.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou um novo pacote de ações da iniciativa BNDES Azul, com foco na preservação da biodiversidade marinha e no desenvolvimento sustentável da economia do mar. O lançamento da primeira chamada permanente voltada à proteção de ilhas oceânicas brasileiras, “BNDES Biodiversidade – Ilhas do Futuro, Ninhos Protegidos”, contará com R$ 80 milhões, sendo R$ 40 milhões provenientes do Fundo Socioambiental do BNDES.
O foco desta chamada é a restauração de habitats reprodutivos de aves marinhas ameaçadas ou migratórias em nove grupos de ilhas e arquipélagos que fazem parte de Unidades de Conservação Federais sob gestão do ICMBio. As regiões abrangidas incluem São Pedro, São Paulo e Noronha; Atol das Rocas, Abrolhos, Cagarras, Alcatrazes, Tupiniquins, Ilhas dos Currais, Arvoredo e Trindade.
Os objetivos da iniciativa abrangem o controle de espécies invasoras, monitoramento ambiental e o desenvolvimento de bases para créditos de biodiversidade. Essa chamada está alinhada com compromissos internacionais e políticas públicas, como o PAN Aves Marinhas e a Estratégia Nacional para Espécies Exóticas Invasoras.
Instituições sem fins lucrativos podem se inscrever com projetos de valor mínimo de R$ 5 milhões. O BNDES financiará até 50% de cada proposta aprovada. As inscrições estarão abertas no site http://www.bndes.gov.br/chamadabiodiversidade até 17 de outubro de 2025.
A diretora socioambiental do BNDES informou que a iniciativa expande a atuação do Banco na área da BNDES Azul, reconhecendo que as ilhas oceânicas enfrentam desafios crescentes para a biodiversidade, notadamente para as aves marinhas em risco.
“Recursos estão sendo direcionados para restaurar esses ecossistemas vulneráveis, combatendo a presença de espécies invasoras, como ratos e ratazanas, que causam danos significativos. A recuperação desses ambientes é essencial para a conservação da fauna e para o papel dessas ilhas como plataformas naturais de reprodução e migração das aves”, afirmou.
BNDES Corais – O Banco também anunciou a ampliação da iniciativa BNDES Corais, que agora totaliza R$ 176 milhões em investimentos, sendo R$ 88 milhões do Fundo Socioambiental do BNDES, para a recuperação de recifes em várias regiões do Brasil. A nova fase incluirá projetos do WWF, Funbio, Fundação José Bonifácio, RedeMar, Projeto de Conservação Recifal e AEPTEC-BA, com um investimento total de R$ 86 milhões (R$ 43 milhões do BNDES).
Na etapa anterior, iniciativas da Fundação Espírito Santense de Pesquisa – FEST, Instituto Coral Vivo, Instituto Nautilus, Conservação Internacional, FAPESE e Associação PRO Mar foram selecionadas, totalizando um investimento de R$ 90 milhões (R$ 45 milhões do BNDES).
PEM Norte e Sudeste – Durante o evento, foi anunciado o consórcio vencedor que será responsável pelo Planejamento Espacial Marítimo (PEM) na região Norte do Brasil. A parceria, liderada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), Environpac Sustentabilidade e Codex Remote, foi selecionada em edital lançado em novembro de 2024, e tomará conta das áreas costeiras dos estados do Maranhão, Pará e Amapá, com R$ 13,3 milhões em recursos não reembolsáveis do BNDES, por meio do Fundo de Estruturação de Projetos (BNDES FEP).
Também foi formalizada a assinatura do contrato para o PEM Sudeste, que será executado pelo consórcio “Sudeste Azul”, formado pela FGV e Environpact Sustentabilidade. O projeto, que abrange os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo, receberá R$ 12 milhões em recursos do BNDES FEP.
Esses dois projetos fazem parte de um conjunto de estudos apoiados pelo Banco para estruturar o PEM no Brasil, que também envolve a região Sul, enquanto o Nordeste é coordenado pelo MMA. O BNDES investirá ao todo R$ 32,3 milhões não reembolsáveis na estruturação dessa política pública.
A implementação do PEM foi um compromisso assumido na Conferência da ONU para os Oceanos de 2017, com a meta de concluir o mapeamento até 2030, consolidando-o como política pública nacional. A iniciativa é coordenada pela Marinha do Brasil e pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), com apoio do BNDES e do Funbio.
O primeiro estudo do PEM na região Sul teve início em fevereiro deste ano, sob responsabilidade da empresa Codex Remote, incluindo cinco dos dez principais portos do Brasil e com um financiamento de R$ 7 milhões do BNDES FEP.
Atualmente, o PEM da região Nordeste, liderado pela FUNPEC (Fundação Norte-Rio-Grandense de Pesquisa e Cultura), envolve várias universidades federais e abrange os estados nordestinos, exceto o Maranhão, e os arquipélagos de Fernando de Noronha e São Pedro e São Paulo, com um financiamento de R$ 10,6 milhões do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), em parceria com o MMA.
Com informações e fotos do BNDES