O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) investiu R$ 12 milhões no projeto do Instituto Ensaio Aberto (IEA) para a reforma do Armazém da Utopia, que se tornará o maior equipamento cultural multiuso do Rio de Janeiro. O espaço, formado por dois armazéns datados do início do século 20, abrange mais de 5 mil m² na zona portuária e será inaugurado em breve.
O novo armazém visa revitalizar a zona portuária e atender coletivos artísticos de diversas origens, incluindo Brasil, América Latina e África. O IEA, responsável pela gestão do espaço desde 2010, é reconhecido internacionalmente como um grupo teatral de trabalho continuado e o armazém é o único na área a manter sua arquitetura original, segundo o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Dos recursos do BNDES, 33% do investimento total do projeto será destinado a obras de restauro, conservação, aquisição de mobiliário e equipamentos cênicos, além de tratamento e digitalização do acervo. A preservação da arquitetura aliada ao uso de tecnologia permitirá que o Armazém da Utopia funcione de maneira multifuncional.
O espaço incluirá acessibilidade, segurança e área para receber eventos culturais, feiras e convenções, visando suprir a demanda por equipamentos culturais na cidade. A iniciativa também complementa projetos anteriores de revitalização da zona portuária, como a introdução do veículo leve sobre trilhos (VLT).
A modernização busca estabelecer o IEA como um ponto de referência para a formação de uma rede de companhias de artes cênicas e prevê a recepção de cinco grupos teatrais visitantes ou residentes em um período de dois anos. Após a reforma, espera-se que o número de espectadores alcance cerca de 150 mil por ano, um aumento significativo em relação aos 57,6 mil atuais.
O IEA, ativo desde 1992, tem um repertório voltado a temas políticos e históricos e visa tornar o acesso à cultura viável, especialmente para a população de baixa renda, por meio de sua metodologia de mapeamento e formação de plateia chamada Ciência do Novo Público (CNP). Essa metodologia será compartilhada com grupos convidados e inclui público de escolas e projetos sociais.
O Armazém da Utopia também se propõe a ser um espaço de inclusão para as comunidades vizinhas ao cais do porto, estabelecendo um paradigma para grupos de trabalho continuado no Brasil, em contato com diversas companhias de teatro no país.
Com informações e fotos do BNDES