O governo Lula amanheceu nesta terça-feira (2) em mar revolto. Os partidos União Brasil e Progressistas (PP), que juntos formam a federação União Progressista, decidiram abandonar o navio comandado pelo presidente.
Na prática, isso significa que os ministros Celso Sabino (Turismo) e André Fufuca (Esporte) terão de pular do barco, devolvendo os coletes ao Planalto. A decisão foi imposta pelas direções partidárias, que ameaçaram punir quem insistir em permanecer a bordo.
O estopim da fuga veio após Lula cobrar lealdade dos ministros do Centrão, afirmando que quem não estivesse confortável em remar junto deveria sair. O recado foi entendido como um “aviso de naufrágio”, e a debandada foi imediata.
Mesmo com o esvaziamento, parte da tripulação ligada às duas legendas ainda deve se manter em cargos estratégicos, como na Caixa Econômica e na Codevasf. Mas o comando principal já não está mais no convés.
Com os dois partidos fora, o barco do governo pode ficar com apenas 259 remadores na Câmara, número que ameaça a estabilidade de Lula diante de votações turbulentas. Agora, a travessia no Congresso tende a ser ainda mais arriscada — e a imagem é a de um navio furado tentando resistir à tempestade política.