O Prêmio Jacira Silva é uma premiação que reconhece o jornalismo negro no Brasil e homenageia profissionais que se destacaram nesse campo. A honraria leva o nome de Jacira Silva, uma jornalista de 73 anos que nunca imaginou que seria homenageada ainda em vida. A entrega do prêmio acontecerá durante a 17ª edição do Festival Latinidades, em Brasília.
Jacira Silva expressou sua surpresa e gratidão ao ser lembrada por seus colegas de profissão. Ela destacou a importância de contribuir para uma comunicação democrática, plural e não sexista, buscando sempre manter sua coerência política e dignidade como ser humano. A homenageada mencionou que o reconhecimento de colegas de profissão é um incentivo para continuar seu trabalho em prol de uma sociedade mais justa e igualitária.
Na categoria Jornalistas Negras, a jornalista Juliana Cézar Nunes, gerente da Agência Brasil, foi uma das premiadas, ao lado de outras profissionais renomadas como Maju Coutinho, da Rede Globo, e Basília Rodrigues, da CNN. A presença de mulheres negras na mídia é uma conquista do movimento negro organizado no Brasil, que lutou para ampliar a representatividade dessas profissionais em diferentes veículos de comunicação.
Jacira Silva tem uma trajetória marcada por importantes conquistas, como ter sido a primeira negra a presidir o Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal e ter fundado a Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojira/DF). Ela ressaltou a importância da presença de mulheres negras nas redações brasileiras, trazendo novas perspectivas e ampliando a diversidade de vozes no jornalismo.
O Festival Latinidades é considerado o maior evento de mulheres negras da América Latina e tem o apoio da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Durante o festival, são realizados debates, palestras e atividades que visam debater a participação das mulheres negras na mídia e pensar em estratégias para promover uma maior representatividade dessas profissionais no setor jornalístico.
Em sua trajetória profissional, Jacira enfrentou diversas dificuldades, incluindo discriminação racial e obstáculos financeiros para cursar uma faculdade de comunicação. No entanto, ela nunca desistiu de seus sonhos e conseguiu superar esses desafios, atuando em renomadas redações e contribuindo para o movimento sindical no Distrito Federal. A jornalista enfatizou que a discriminação, apesar de ser um obstáculo, não pode abalar sua determinação e resiliência no exercício de sua profissão.
Com informações da EBC
Fotos: © Valter Campanato/Agência Brasil / EBC
