Nos últimos meses, o cenário econômico enfrentado por bares e restaurantes tem sido desafiador, com a alta de preços dos alimentos fora do lar superando a inflação geral. De acordo com dados recentes do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação geral foi de 5,53%, enquanto a alimentação fora de casa cresceu 7,61%. Isso indica que os empresários estão começando a repassar os custos adicionais aos preços dos cardápios, embora com cautela.
A situação se torna ainda mais crítica com o aumento significativo de insumos essenciais. Por exemplo, os preços da carne subiram 22,24%, e outros itens como frango, ovos e bebidas também registraram altas consideráveis. A pesquisa mais recente da Abrasel revelou que 33% dos empreendedores do setor não conseguiram reajustar seus preços nos últimos 12 meses, refletindo uma margem de lucro extremamente apertada.
Paulo Solmucci, presidente da Abrasel, enfatizou que, embora o aumento dos preços de alimentação fora do lar demonstre um repasse gradual dos custos, a pressão sobre os empresários permanece intensa. Muitos deles tentaram manter os preços baixos pelo maior tempo possível, mas a escalada nos custos de insumos tornou essa estratégia insustentável. O executivo destacou a importância do Plano Nacional de Restauração de Bares e Restaurantes, lançado no final de 2024, como uma iniciativa para apoiar o setor diante de desafios contínuos, incluindo dívidas acumuladas durante a pandemia.
Recentemente, a Abrasel firmou parcerias com algumas das maiores empresas do país, como Stone e Google, para implementar este plano, que busca fortalecer o setor. Solmucci explicou que o plano opera em três frentes principais: articulação de políticas públicas, estabelecimento de parcerias com agências de fomento, e engajamento com o setor privado. O objetivo é não apenas garantir a sobrevivência dos negócios, mas também criar condições para o crescimento sustentável.
No que diz respeito à variação mensal, a alimentação fora do lar teve um aumento de 0,80%, comparado ao aumento geral do IPCA de 0,43%, enquanto a alimentação feita em casa aumentou 0,83%. Esses dados indicam um cenário de inflação persistente que ainda exige atenção das autoridades e práticas eficazes por parte dos empreendedores da área.
Com informações e fotos da Abrasel/BR