As relações entre Brasil e China foram debatidas na conferência internacional “Governança Global e Cooperação China-Brasil”, realizada na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no dia 14. O evento foi promovido pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI), pela Academia Chinesa de Ciências Sociais (CASS) e pelo Colégio Brasileiro de Altos Estudos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (CBAE-UFRJ).
Na mesa de abertura, foi proposta a criação de um fundo bilateral de integração estratégica, que funcionaria como uma ponte para investimentos em setores como agronegócio sustentável e descarbonização da indústria. Também foi destacado a necessidade de uma maior integração entre os sistemas financeiros dos dois países, com uma presença nacional mais significativa no mercado de capitais da China.
A conferência ocorre em um contexto importante, marcado pelo 50º aniversário das relações diplomáticas entre Brasil e China e pela realização da reunião de cúpula do G20 no Rio de Janeiro, prevista para novembro. Durante o evento, foram abordadas as ambições comuns dos países, com foco em iniciativas relacionadas à paz global, redução da pobreza, crise climática e sustentabilidade.
Destacou-se a importância de transcender o conceito de vantagem competitiva para um enfoque em vantagem colaborativa, ressaltando a complementaridade entre as nações e como podem contribuir para temas globais essenciais. O presidente do BNDES mencionou que metade do superávit comercial brasileiro no ano anterior foi com a China e expressou interesse em parcerias nas áreas de inteligência artificial, transição digital e infraestrutura, com propostas para transferência de tecnologia.
Uma representante do governo enfatizou a relevância de aprofundar a relação comercial de maneira mais estratégica, promovendo um desenvolvimento sustentável e enfrentando crises econômicas. A ministra ressaltou ainda o papel de Brasil e China na liderança da reforma da governança global, buscando soluções inovadoras e novas vozes para desafios internacionais.
O presidente da CASS manifestou a disposição da China em fortalecer a cooperação com o Brasil em diversas áreas, incluindo agricultura, infraestrutura, desenvolvimento sustentável, energia limpa e transição energética, afirmando a importância de promover relações bilaterais que visem um futuro compartilhado.
Com informações e fotos do BNDES