Recentemente, um aumento significativo nos casos da chamada “gripe do Teflon” foi reportado, segundo dados apresentados. Esse termo alude a uma doença relacionada ao uso de panelas antiaderentes, mais especificamente aquelas revestidas com politetrafluoroetileno (PTFE), composto químico conhecido comercialmente como Teflon. Em 2022, mais de 250 casos da doença foram registrados, representando o maior número desde o ano 2000.

A “gripe do Teflon” ou febre do vapor de polímero ocorre quando uma panela antiaderente é aquecida a temperaturas extremamente altas, levando à inalação dos vapores emitidos. As panelas são conhecidas pela facilidade de uso e limpeza, mas o perigo surge quando são expostas a temperaturas superiores a 260 °C (500 °F), causando a emissão de vapores que podem desencadear sintomas como febre, calafrios, tensão muscular e dor de cabeça. Esses sintomas geralmente começam a se manifestar dentro de 12 horas após a exposição, podendo durar até 24 horas.

O uso seguro dessas panelas requer cuidados específicos. É fundamental evitar aquecê-las em fogo alto e preferir cozinhar em temperaturas médias a baixas. Além disso, manter a temperatura da superfície abaixo de 230 °C (450 °F) pode ajudar a prevenir a emissão de vapores nocivos.

A controvérsia sobre a segurança das panelas de Teflon também está ligada a um composto chamado PFOA (ácido perfluorooctanoico), usado na fabricação do revestimento até meados da década de 2010. O PFOA foi alvo de diversos estudos que associaram sua exposição ao câncer, problemas de crescimento e desenvolvimento, além de deficiências imunológicas e danos ao fígado, especialmente em animais de laboratório. A substância foi proibida nos Estados Unidos em 2014 e na Europa em 2008.

Embora os utensílios de Teflon fabricados pós-2013 sejam considerados seguros por não conterem PFOA, os consumidores são incentivados a verificar a composição dos produtos, especialmente se forem de marcas desconhecidas ou de baixa qualidade, que podem ainda utilizar PFOA em sua fabricação, principalmente em países onde a legislação é menos rigorosa.

Como alternativa ao Teflon, diversas opções mais seguras e naturais estão disponíveis. Utensílios de cerâmica, como as marcas The Always Pan, Caraway e Greenpan, têm ganhado popularidade. O ferro fundido também é uma alternativa eficaz, desenvolvendo uma superfície antiaderente natural com o tempo e o cuidado adequado. Marcas como Lodge oferecem panelas de ferro fundido acessíveis e duráveis. O aço carbono é outra opção, mais leve que o ferro fundido e também capaz de desenvolver uma superfície antiaderente com o tempo. Exemplos incluem as panelas de aço carbono da Made In.

Ao ponderar sobre a compra de novos utensílios de cozinha, vale optar por alternativas que garantam segurança e durabilidade, evitando riscos à saúde associados ao uso prolongado de panelas que contenham Teflon ou PFOA.