Na tarde desta quinta-feira (11), a Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados realizou uma audiência pública para discutir os desafios enfrentados pelos pacientes de edema macular diabético (EMD) no Sistema Único de Saúde (SUS). Médicos e representantes de entidades médicas destacaram que algumas necessidades desses pacientes não são atendidas pelos protocolos clínicos vigentes, além de alertarem sobre a falta de campanhas de prevenção e tratamento da doença.
O edema macular diabético é uma complicação do diabetes mellitus e é considerado a principal causa de cegueira em pessoas em idade produtiva. Quando as lesões de retinopatia diabética atingem a mácula, região central da retina, pode ocorrer o edema macular, que se não for diagnosticado e tratado precocemente, pode levar à cegueira.
Dentre os tratamentos disponíveis estão as injeções intravítreas, a fotocoagulação a laser e os colírios de corticoides. No entanto, o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas em Retinopatia Diabética (PCDT) recomenda esses tratamentos, mas alguns grupos de pacientes não se beneficiam e necessitam de um implante, que não está disponível no SUS.
O deputado Dr. Zacharias Calil (União-GO), responsável por solicitar a audiência pública, ressaltou a necessidade de atualização dos protocolos clínicos do SUS para preservar a visão e a qualidade de vida dos pacientes. Ele enfatizou a importância de diretrizes claras e abrangentes para o diagnóstico, tratamento e acompanhamento do edema macular, bem como um sistema de financiamento adequado que cubra os custos.
O Brasil é o sexto país com mais casos de diabetes e, segundo estimativas, até 2045, 1 a cada 4 adultos entre 20 e 79 anos terá diabetes. No entanto, a falta de acesso a atendimento oftalmológico e endocrinológico em algumas regiões do país tem deixado populações do interior desassistidas.
Além disso, a prevenção da doença é fundamental para reduzir os custos com complicações no futuro. A Coordenadora da Coalizão Vozes do Advocacy, Vanessa Pirolo, destacou a importância de investir em prevenção para evitar aposentadorias antecipadas e aumentos nos gastos com diabetes.
Em suma, é necessário um esforço conjunto entre governo, profissionais de saúde e sociedade para garantir o acesso a tratamentos adequados, campanhas de prevenção e um sistema de saúde mais eficiente para os pacientes de edema macular diabético no Brasil.
Com informações da Camara dos Deputados