No último dia 10 de maio de 2025, o Hospital de Emergência do Agreste (HEA), em Arapiraca, alcançou uma nova marca ao realizar sua quarta captação de múltiplos órgãos em um procedimento que não apenas respeita a dignidade dos doadores, mas também transforma a vida de outros pacientes que aguardam por um transplante. A ocasião foi marcada por um gesto notável de amor e solidariedade: a família de um jovem de apenas 22 anos, vítima de um acidente de motocicleta, optou por autorizar a doação dos órgãos após a confirmação de sua morte encefálica.
O processo de doação no HEA, o maior hospital público do interior de Alagoas, seguiu rigorosamente todos os protocolos estabelecidos pelo Ministério da Saúde. Isso incluiu minuciosos exames clínicos e a avaliação pela Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT), demonstrando um compromisso com a excelência ética e técnica. O resultado dessa ação generosa foi a doação de duas córneas e um fígado, que beneficiarão pacientes em Alagoas, além dos rins que seguirão para receptores no Paraná.
O enfermeiro Andervan Leão, coordenador da CIHDOTT, enfatizou a importância da decisão da família, que, mesmo diante da tragédia, priorizou a vida de outros. “O sim da família para a doação de órgãos é uma continuidade da vida de quem estava na lista de espera”, destacou. A diretora geral do HEA, Bárbara Albuquerque, também comentou sobre o papel essencial da equipe hospitalar e da autorização familiar na realização desse tipo de procedimento. “Essa decisão de ajudar outras famílias é o ponto central de toda a ação”, ressaltou.
A atuação da CIHDOTT não se limita apenas à realização de captações. O grupo, sob a liderança de Leão, promove capacitações contínuas para a equipe multiprofissional do hospital, abordando aspectos que vão desde a identificação de potenciais doadores até o manejo correto na condução de entrevistas familiares. Essas capacitações são fundamentais para garantir que todos os protocolos sejam seguidos e que as famílias recebam o suporte necessário em momentos tão delicados.
Assim, ao longo do tempo, o HEA tem se constituído como um elo crucial entre a dor da perda e a esperança de novos começos, permitindo que vidas continuem em outras regiões do Brasil. Com cada captação, histórias de dor se transformam em narrativas de esperança, provando que mesmo nas horas mais sombrias, a solidariedade humana pode criar novos horizontes.
Com informações e fotos da Sesau/AL