Os servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) mantêm firme sua paralisação, que já dura desde julho, em busca de melhorias salariais, reestruturação da carreira e reconhecimento como categoria típica de Estado. Na última quinta-feira (29), uma audiência na Comissão de Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados reiterou a determinação desses trabalhadores. A deputada Erika Kokay (PT-DF), quem presidiu o encontro, se comprometeu a levar adiante as exigências dos servidores ao governo federal, juntamente com outros parlamentares.
Erika Kokay condenou a judicialização da greve e o corte de ponto dos servidores, medidas que, segundo ela, ferem direitos constitucionais. “O fim de uma greve não deveria ser imposto pelo Judiciário ou pela opressão de cortes salariais. Devemos alcançar uma resolução por meio de um processo negocial,” afirmou a deputada.
Durante a reunião, houve um sentimento generalizado de desrespeito por parte do governo Lula em relação às negociações até então realizadas. A técnica do Seguro Social, Isadora Ferreira, do Sindicato dos Trabalhadores do Seguro Social e Previdência Social no Estado de São Paulo (SINSSP), destacou que a categoria não só busca reajustes salariais, mas também a exigência de nível superior para os cargos e a exclusividade nas atribuições, que foram modificadas durante o governo Bolsonaro. “Queremos que nossas funções exclusivas sejam devolvidas porque somos competentes para fazê-las. Não queremos que outras categorias, como CLT, ensino médio ou estagiários, assumam nossas responsabilidades”, afirmou. “Somos uma carreira típica de Estado, nosso trabalho é fundamentado na Constituição.”
Isadora destacou que essas reivindicações estão vinculadas à valorização de uma Previdência Social robusta e solidária, mas que vê seus servidores cada vez mais desvalorizados. Segundo ela, os trabalhadores do INSS desempenham um papel crucial ao analisar benefícios e distribuir recursos, sustentando diversas cidades por meio do trabalho realizado. “Nosso trabalho libera muito dinheiro, não é uma tarefa simples. Não somos um órgão que desperdiça recursos, pelo contrário, sustentamos cidades através dos benefícios que distribuímos,” afirmou.
Guilherme Molinaro, representante da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), ressaltou que o INSS deveria ser valorizado pelo governo, dada sua importância social. “Há uma disparidade absurda em relação a outras carreiras do serviço público federal. O INSS, que é o maior distribuidor de renda do Brasil, deveria ser tratado com mais respeito e ter nossos acordos cumpridos,” disse Molinaro.
A deputada Erika Kokay lamentou a ausência de representantes do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos e do INSS na reunião, reforçando a importância do diálogo para a resolução do impasse.
A paralisação dos servidores do INSS continua a gerar discussões e a pressão sobre o governo federal aumenta para que haja uma solução negociaçada, garantindo os direitos dos trabalhadores e a eficiência nos serviços prestados à população.
Com informações e fotos da Câmara dos Deputados