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Governo promete para fevereiro seu plano para “era dos trens” no Brasil

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Para a primeira quinzena de fevereiro, que se inicia para valer a partir dessa segunda-feira, o Governo Federal promete anunciar o seu planejamento de modal ferroviário, instalando o que já começa a ser batizada de “a era dos trens no Brasil.”

Para quem sonhava com isso, por entender que a um país das dimensões continentais apresentadas pelo Brasil não  convém um sistema de transporte- especialmente de carga-, montado no modelo rodoviário adotado há quase dois séculos, a notícia vem como um alento, trazendo esperança de que os custos de transporte passem a ser menores.

As gigantescas extremidades entre regiões brasileiras, que apresentam distâncias superiores a  10 mil quilômetros, como é o caso de Manaus a Porto Alegre (10.643 km), exigindo mais de seis dias de viagem de um canto a outro, são demonstrativos de que ter o transporte de passageiros e cargas sustentado no modelo rodoviário é algo bastante inviável e danoso.

Além de não atender às demandas, pelo tamanho dos transportes (caminhões, carretas e ônibus), as rodovias terminam ficando bem mais caras, sobretudo em regiões de maior intensidade e frequência de chuvas, com danos materiais constantes, requerendo reparações permanentes, o que resulta no aumento dos preços de carga.

No começo da semana, durante uma coletiva de rádio, o ministro Renan Calheiros Filho, dos Transportes, informou que o Presidente Lula já aprovou a carteira de projetos dentro desse Plano Ferroviário e que sua equipe técnica está organizando a agenda para apresentar à população já nos primeiros dias de fevereiro. A intenção do ministro, a partir desse lançamento, é divulgar os projetos e discuti-los com o mercado e os investidores, na busca de parcerias público/privadas para cada uma de suas etapas.

Mesmo antes de os projetos do governo nesse campo ferroviário se tornarem públicos, já se tem notícia de visível interesse de grandes empresas interessadas em investir nesse novo segmento. Já há mesmo uma lista na qual constam 19 grandes investidores interessados em embarcar nessas iniciativas.

 São empresas do porte da Vale, Rumo, RMS, Grupo CCR e também gigantes internacionais como CRCC, da China e Mubadala, dos Emirados Árabes.

O Governo não apenas lança um grande projeto no Modal Ferroviário, colocando dinheiro público para a largada, mas abre um importante leque de concessões de ferrovias à iniciativa privada, que abrange não apenas as novas bases a serem construídas, mas também linhas férreas já existentes, algumas inclusive sujeitas a revisão de contratos.

Logo nos primeiros dias de fevereiro ( 5, 6 e 7), em São Paulo, ocorrerão as reuniões iniciais para colocar à mesa empresas interessadas em investir (muitas delas já atuando no setor ferroviário), numa ampla exposição sobre cada projeto e abertura de discussão com representantes do Governo, dirigentes e técnicos do Ministério dos Transportes e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, BNDES.

No mundo todo, especialmente naqueles países que alcançaram maior nível de desenvolvimento econômico, as ferrovias são essenciais na qualidade de vida urbana, associadas à qualidade da mobilidade, mas desempenham uma função extraordinária no transporte de carga, permitindo sensível redução de custos no comparativo com o transporte rodoviário.

Conforme dados da Associação dos Transportadores Ferroviários do Brasil, a implantação de novas ferrovias, sobretudo com o sistema de concessões, terá um impacto muito grande na economia nacional e permitirá a criação de pelo menos 40 mil novos empregos. Atualmente cerca de 80 mil pessoas trabalham em ferrovias brasileiras. Só com esse plano que está sendo agora anunciado, mais metade disso entrará no mercado de trabalho.

É esperançoso, portanto, ver que o Governo está despertando para essa realidade, disposto a trazer junto os investidores da iniciativa privada para adequar o Brasil a um modelo de transporte que fique do tamanho da grandeza do país e das suas crescentes necessidades.

Por José Osmando

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