logo_mco_2023_200X75
logo_mco_120X45

Publicidade

Publicidade

Agressões a Harvard são apenas mais um ato nos planos de Donald Trump | José Osmando

COMPARTILHE

A decisão anunciada ontem pelo presidente Donald Trump, dos Estados Unidos, de proibir que  Harvard mantenha em suas salas de aula cerca de 6.800 estudantes estrangeiros que estão hoje na mais cobiçada universidade do mundo, cria uma gigantesca dificuldade à vida desses estudantes e pesquisadores, acrescenta mais discórdia nas relações dos norte-americanas com outras nações do planeta, e tem, finalmente, o poder de revelar, mais uma vez, o caráter autoritário, exclusivista, dominante, imperioso, que forma o DNA desse dirigente republicano, que se expõe como enorme ameaça.

As inciativas de Trump no enfrentamento desproporcional e irracional às instituições de ensino e pesquisa nos Estados Unidos, atingindo gente de todas as partes do mundo, não são novas. Desde o início de seu segundo mandato à frente daquela que já foi chamada de maior democracia do mundo, Donald Trump vem determinando cortes orçamentários às universidades e aos centros de pesquisa.

Quando se vai um pouquinho mais a um passado recente, vamos encontrar que já em 2021, três anos antes da vitória eleitoral de 2024, o atual vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance , de quem Trump tem se servido para expor medidas extremadas, fez declarações bombásticas sobre as universidades, caracterizando-as como “inimigas dos EUA”.

Para a ultradireita que tomou de assalto o Partido Republicano, no impulso do movimento Make América Great Again (MAGA), “as universidades devem ser desmanteladas para viabilizar seus renascimento como forças de uma nação reconfigurada por Trump.”

Eis aí a raiz da questão. Gerar a desconstrução do mais poderoso sistema de geração de conhecimento que se tem notícia  em todo o planeta, é uma meta que a extrema-direita persegue com ímpeto e rancor, e que vem avançando nas medidas anunciadas com descomunal frequência por Donald Trump desde os seus primeiros atos de governo.

Todo núcleo de conhecimento, que produza conhecimento e siga no caminho da ciência, da pesquisa científica e da cooperação reparadora entre nações, tem sido alvo da fúria do presidente norte-americano de maneira espantosa. 

Em apenas três meses de sua posse, Trump deflagrou uma estupenda guerra comercial  contra praticamente todas as nações do mundo, com os seus tarifaços inexplicáveis, retirou toda ajuda financeira à OTAN, praticamente paralisando suas atividades, retirou todos os recursos financeiros historicamente destinados a instituições como ONU, OMS, e retirou apoio a agências de fomento à ciência, como a Fundação Nacional da Ciência e Institutos de Saúde. 

Além disso, desmontou o Ministério da Educação, mandou deportar milhares de imigrantes, de maneira hostil e brutal, e vem usando a Casa Branca como uma espécie de armadilha através da qual convida dirigentes de outras nações para conversar, quando na realidade seu objetivo é humilhar esses governantes perante o mundo.  Isso ele já havia feito com Zelensky, dirigente da Ucrânia, e nesta semana repetiu  a atitude grotesca com o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa.

No seu incontrolável afã de desestruturar o que secularmente foi construído como pilares da Democracia, Donald Trump vem demonstrando insistente desrespeito ao Legislativo de seu país e às ordens legais emanadas do Poder Judiciário, descumprindo determinações legais e politizando o papel dos magistrados, para isso, inclusive, usando de expressões desabonadoras a essas autoridades.

Embora até dentro dos Estados Unidos comece a haver uma resistência organizada a esses rompantes agressivos e repugnantes de Donald Trump, ele não parece se abalar. E quando menos se espera, depois de algumas horas de aparente normalidade, lá vem ele com novos disparates, como esse agora, de impedir que a principal e mais acolhedora universidade do mundo tenha em suas hostes estudantes e pesquisadores de qualquer outro país do mundo.

A comunidade científica internacional e todas as pessoas que defendem a Democracia como a mais legítima e benéfica forma de convivência política, trabalham e esperam que as instituições não sejam abaladas pela ação nociva de Trump e que entre os seus recuos, que já começam a ser conhecidos mundialmente, fortaleça-se a esperança de que ele é apenas uma nuvem passageira e que o poder do voto possa tirá-lo do posto nas próximas eleições.

Os Estados Unidos, e muito menos o mundo indefeso, merecem ter uma liderança desse formato governando seu país e contaminando o mundo, como uma espécie de vírus mortal.

Por José Osmando

0

LIKE NA MATÉRIA

Publicidade