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Exclusivo Celebrando a alta dos juros, mercado faz a festa elevando o dólar e a bolsa

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A elevação da taxa Selic de juros em mais 1 ponto percentual, determinada ontem, pela unanimidade dos integrantes do Copom, começou nesta quinta-feira a fazer a festa do mercado financeiro, com a imediata elevação do dólar frente ao real e com a disparada do índice Ibovespa, que às 10h50 de hoje subia  perto de 1,6%, atingindo 125 mil pontos.

Um pouquinho antes, às 10h40, o dólar à vista registrava uma alta de 0,75% na compra, cotado a R$ 5,909 e R$ 5,910 na venda. E na B3 o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento aumentava  0,86%. Na quarta-feira, o dólar à vista havia fechado em leve baixa de 0,02%, aos 5,8682 reais — a menor cotação desde 26 de novembro do ano passado, quando encerrou em 5,8096 reais.

A economia formada pelos setores produtivos vinha comemorando a queda do dólar frente ao real, uma realidade que estava visível de forma repetitiva há vários dias e fazia a moeda americana apresentar o seu menor valor em dois meses, mas agora as coisas se invertem. E quem faz a festa são os segmentos especulativos, que lucrom barbaridade quanto mais altos estiverem os juros no país. 

Essa festança toda se reflete de maneira oposta, em dois sentidos. Na linha dos que trabalham e fazem a produção de bens e serviços no país, a elevação da taxa Selic é um péssimo sinal, pois força diretamente a subida de juros nas instituições financeiras que atuam na economia, trazendo dois desastres: primeiro, dinheiro mais caro para o tomador de empréstimos e financiamento; segundo, passa a existir uma restrição de crédito, uma diminuição de oferta, o que, na soma, vai prejudicar de maneira ampla as atividades de indústria, comércio e serviços, impactar o emprego e atingir o consumo das famílias.

Na outra ponta, a elevação dos juros só interessa, de fato, sem rodeios, ao mercado especulador, àqueles que acumulam riquezas sem a necessidade de produzir qualquer coisa e sem abrir portas para o mercado de trabalho. Não produzem e nem dão emprego. E as somas do seu enriquecimento ficam quase sempre distantes das garras do sistema tributário, e mais das vezes muitos desses especuladores, levam suas fortunas para paraísos fiscais, num prejuízo magnífico aos interesses reais dos brasileiros, num drible constante ao Governo.

Aos sinais de contentamento do mercado por haver o atual presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, nomeado pelo Presidente Lula, seguido sem pestanejar os mesmos passos do dirigente anterior do BC, Roberto Campos Neto, que era um fiel cumpridor da política de juros altos, contrapõem-se os setores produtivos da economia com toda sua frustração e contrariedade.

A economia brasileira, conforme todos os indicadores têm demonstrado, vinha num esperançoso rítmo de aceceleração, com dados altamente positivos sobre o desempenho do setor industrial, que alcançou em 2024 os melhores resultados de sua história recente. 

Graças à queda dos juros Selec, com reflexos diretos sobre todo o segmento financeiro do país, que vinha ocorrendo entre setembro de 2023 e agosto de 2024, ocorreu uma notável revitalização da indústria, com um bem aplicado programa de modernização e adequação tecnológica, o que fez o Brasil alcançar no ano passado o dobro de crescimento desse setor comparado ao mundo.

E junto com a indústria, o comércio e os serviços também conquistaram nesse período menores taxas de juros e ofertas de crédito mais amplas, alavancando o mercado de trabalho, que passou a ter os menores níveis de desocupação da história, possibilitando igualmente um crescimento virtuoso do consumo pelas famílias brasileiras.

A decisão de ontem, iniciando o ano de 2025, vem como uma montanha de gelo sobre o aquecimento econômico há tanto esperado e desejado. Uma lástima que isso aconteça, sob o falso argumento de que há risco de volta de inflação. Tudo falácia, nesses tempos absurdos de desconstrução da verdade e da massificação da desinformação e da mentira.

Por José Osmando

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