No dia 1º de janeiro, onze estudantes do ensino médio da Escola Estadual Geraldo Melo dos Santos tiveram a oportunidade de participar de uma aula de campo experimental na sede do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Neabi) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), localizada no prédio do Centro de Interesse Comunitário. Essa atividade fez parte do projeto Afrocientista, uma iniciativa da Associação Brasileira de Pesquisadores Negros (ABPN), em que os estudantes foram acompanhados por Larissa Martins e Juliana Gomes, graduandas em Relações Públicas e Jornalismo, respectivamente, sob a coordenação dos professores Danilo Marques e Fabson Calixto.
Durante a visita, os adolescentes tiveram a oportunidade de participar de uma aula de história ministrada pelo professor Danilo Marques, coordenador do Neabi da Ufal. Nesse momento, eles aprenderam sobre o surgimento do movimento negro em Alagoas, a fundação do Núcleo na Universidade e trocaram conhecimentos com outros membros do Neabi, como Rosa Correia, vice-coordenadora, e os bolsistas JT Santos, Pedro Vinícius e Ewelyn Marília. Além disso, como brinde de boas-vindas, os estudantes receberam o livro “O Quilombo do Palmares”, doado pelo autor e historiador Zezito de Araújo.
Danilo explicou que o projeto Afrocientista tem como principal objetivo promover uma educação antirracista, enfatizando a importância do tripé universitário: ensino, pesquisa e extensão. Nos próximos meses, os estudantes envolvidos no projeto irão se aprofundar na temática da luta antirracista e na história do Quilombo dos Palmares, através de leituras, debates e produções textuais. O intuito é contribuir para a formação desses jovens negros, preparando-os para ingressar no ensino superior público de qualidade.
O professor Fabson Calixto, que leciona Ciências Sociais na escola Geraldo Melo, compartilhou sua experiência de integrar a equipe de coordenação do projeto, destacando a importância de abordar a história do negro no Brasil, os movimentos sociais e as políticas públicas dentro do contexto escolar. Para ele, é fundamental proporcionar aos estudantes negros a oportunidade de explorar essas temáticas e de se empoderar, superando as dificuldades e descrenças que possam ter enfrentado ao longo de suas trajetórias.
O projeto Afrocientista tem o compromisso de estimular a pesquisa científica entre jovens negros da rede pública de ensino médio, promovendo uma educação antirracista e garantindo que esses estudantes conheçam seus direitos e ocupem espaços que historicamente lhes foram negados. É uma iniciativa que visa contribuir para a formação de uma sociedade mais justa e igualitária, onde a diversidade e a pluralidade sejam valorizadas e respeitadas.
Com informações e fotos da UFAL