O poder da escrita como forma de resistência e celebração da vida
No universo da literatura, o ato de escrever vai muito além de simplesmente transpor palavras para o papel. É um ato de resistência, uma forma de dar voz às vivências reais e celebrar a força da narrativa como instrumento de transformação. Nesse contexto, a nova crônica intitulada “No dia em que pus pra fora o grito”, escrita pelo jornalista e ator Jamerson Soares, se destaca como um verdadeiro manifesto de experiências pessoais e coletivas.
Com o apoio do Governo de Alagoas, Jamerson Soares mergulhou em suas memórias mais íntimas para tecer um texto carregado de emoção e significado. A crônica, selecionada no Edital nº 22 do Concurso Literário Anilda Leão, foi cuidadosamente trabalhada e editada pelo escritor Magno Almeida antes de ser publicada no blog pessoal do autor, ‘Contando histórias além do visível’. Em breve, o conteúdo também será compartilhado na Revista Alagoana e no site literário Loitxa Lab, ampliando assim seu alcance e impacto.
Além da versão escrita, o projeto inclui um vídeo narrado por Jamerson, trazendo à vida os trechos mais marcantes da crônica e apresentando imagens do cotidiano que complementam a narrativa. Esse material será lançado tanto no YouTube quanto no Instagram, alcançando um público diversificado e engajado. Para expandir ainda mais os horizontes desse trabalho, uma oficina literária intitulada “Em Busca da Literatura da Vida Real” está programada para acontecer no dia 26 de abril, no Anfiteatro do Centro de Inovação, em Maceió. Essa atividade, que integra elementos de teatro, escrita poética e experiências pessoais, será gratuita e terá inscrições abertas pela plataforma Sympla.
A inspiração para a crônica “No dia em que pus pra fora o grito” surgiu a partir de um episódio marcante na vida de Jamerson. Após enfrentar agressões verbais de um familiar em razão de sua orientação sexual, o autor sentiu a necessidade de externalizar suas emoções e experiências através da escrita. O texto, que também aborda lembranças da infância e situações de discriminação vividas em espaços públicos, representa não apenas uma catarse pessoal, mas um grito coletivo em defesa da comunidade LGBTQIA+.
Jamerson destaca que a escrita é sua paixão e vocação, e que cada palavra escrita representa um ato de ressignificação e conexão com suas raízes e valores. Por meio da construção dessa crônica, ele encontrou uma forma de se expressar e de dar voz às suas vivências, transformando dor em arte e resistência. O projeto, financiado pela Política Nacional Aldir Blanc (PNAB) e apoiado pela Secretaria de Estado da Cultura e Economia Criativa, é um exemplo do poder da cultura em amplificar vozes historicamente silenciadas e fortalecer a produção literária local.
Em meio a um cenário de desafios e adversidades, a escrita se revela como uma ferramenta poderosa de expressão e empoderamento. Através de crônicas como “No dia em que pus pra fora o grito”, Jamerson Soares e tantos outros escritores exploram as nuances da experiência humana, buscando ressignificar o passado, reimaginar o presente e construir um futuro mais inclusivo e compassivo por meio da literatura. Esse é o poder da escrita: transcender fronteiras, ampliar horizontes e celebrar a vida em sua plenitude.
Com informações e fotos da Secult/AL