No coração pulsante do Centro de Maceió, entre as janelas azuis e as portas de madeira colonial, ergue-se um emblemático espaço que, ao longo de 160 anos, se tornou um verdadeiro símbolo da memória, da cultura e da inclusão em Alagoas. Trata-se da Biblioteca Pública Estadual Graciliano Ramos, cuja trajetória transcende a mera preservação de livros, transformando-se numa experiência abrangente de aprendizado e descoberta.
Inaugurada em 26 de junho de 1865, a biblioteca é administrada pela Secretaria de Estado da Cultura e Economia Criativa e se destaca não apenas pelo seu vasto acervo de mais de 75 mil obras, mas pelo seu papel ativo na promoção da leitura e na transformação social dos cidadãos alagoanos. O que antes era visto apenas como um “gabinete de leitura” evoluiu para um verdadeiro equipamento de cidadania que acolhe a diversidade e inspira diferentes gerações.
A secretária de Estado da Cultura e Economia Criativa, Mellina Freitas, expressou a importância desse marco temporal, enfatizando que a celebração dos 160 anos da biblioteca é uma forma de honrar a rica cultura alagoana, ao mesmo tempo que se abre para o futuro. “Promovemos inclusão, estimulamos sonhos e formamos leitores que têm o potencial de transformar nosso estado”, afirmou.
Sob a coordenação de Mira Dantas, a biblioteca está passando por uma renovação em suas atividades educativas, buscando encantar cada visitante. “A biblioteca é viva e se transforma com cada nova visita”, destacou. Os espaços dedicados a exposições de arte, a um ambiente geek, assim como o Memorial Graciliano Ramos, onde os visitantes descobrem o legado do autor alagoano, tornam o local um centro cultural dinâmico e humano.
A visão do Governo de Alagoas em reconhecer a leitura como um direito universal é primordial para o sucesso da biblioteca. O secretário executivo de Políticas Culturais e Economia Criativa, Milton Muniz, destacou o compromisso da instituição em democratizar o acesso ao saber, permitindo que pessoas de diferentes origens encontrem espaço para crescer e se desenvolver ali.
Depoimentos de frequentadores, como Bruna Lima, uma estudante de 22 anos que busca se preparar para concursos, e Joaquim Alves, um aposentado de 68 anos que encontrou ali uma nova rotina de aprendizado e troca, evidenciam como a biblioteca se tornou um refúgio e um ponto de encontro nas vidas desses indivíduos.
São três andares e 54 salas que, através de quase três séculos de história, não apenas preservam, mas também reinventam a função social da leitura. Desde a recepção da comitiva de D. Pedro II até a incorporação de novas tecnologias, a biblioteca se mantém na vanguarda, com mil visitantes mensais e uma programação diversificada, sempre com a missão de garantir que o conhecimento e a cultura estejam acessíveis a todos, seja em livros impressos, em braille, ou em formatos digitais. Assim, a Biblioteca Pública Estadual Graciliano Ramos continua a ser um convite aberto ao mundo do saber e das ideias.
Com informações e fotos da Secult/AL