A Retomada do Horário de Verão: Uma Solução Para os Desafios Energéticos?
Com o início de junho, a bandeira vermelha voltou a ser acionada nas contas de energia elétrica, trazendo um novo fardo financeiro para os consumidores. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou que as tarifas aumentaram em R$ 4,463 a cada 100 kWh consumidos, consequência da diminuição das chuvas e da baixa nos reservatórios das hidrelétricas. Este cenário não apenas agrava a situação financeira dos brasileiros, mas também reacende um debate sobre a possibilidade de reimplantar o horário de verão.
Desde a revogação dessa medida em 2019, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) tem defendido sua volta, considerando-a uma solução econômica simples e eficaz para os desafios energéticos atuais. De acordo com Paulo Solmucci, presidente-executivo da Abrasel, a reintrodução do horário de verão poderia não apenas reduzir o consumo em horários de pico, mas também trazer um impulso significativo ao setor de serviços.
Ele destaca a relevância dessa discussão, especialmente à luz da recente elevação das tarifas. A falta de chuva e a escassez de água nas represas são questões que merecem uma abordagem séria e imediata. Solmucci aponta que um planejamento adequado permitiria ao governo implementar essa mudança de forma eficaz, evitando os erros do passado, quando a justificativa para a não adoção do horário de verão foi a falta de tempo.
Uma pesquisa realizada pela Abrasel juntamente com o Reclame Aqui revelou que uma significativa maioria (55%) dos consumidores é favorável ao retorno do horário de verão. Entre os entrevistados, muitos mencionaram a economia de energia e a percepção de mais segurança ao voltar para casa com a luz natural como pontos positivos dessa reintrodução.
A justificativa para a eliminação do horário de verão em 2019, que alegou que a economia de energia se tornara irrelevante devido ao perfil de consumo atual, precisa ser revisitada. O elevado custo das tarifas elétricas e a incerteza quanto ao abastecimento hídrico revelam que essa análise não é mais suficiente.
Além da eficiência energética, a reintrodução do horário de verão também beneficiaria os setores dependentes da circulação de pessoas nas áreas urbanas. Com mais luz durante a noite, as ruas se tornam mais seguras, o que, segundo Solmucci, poderia estimular o consumo em restaurantes e lojas.
Diante da nova cobrança da bandeira vermelha e dos desafios crescentes enfrentados pelo sistema elétrico, cabe ao governo federal reconsiderar sua postura atual e debater urgentemente a possibilidade de reimplantar o horário de verão. Essa decisão não deve ser procrastinada, uma vez que pode desempenhar um papel crucial na mitigação dos impactos financeiros sobre a população e na promoção da economia de forma geral.
O chamado de Solmucci é claro: “Devemos tomar decisões que levem em conta os dados atuais e o interesse coletivo. O horário de verão pode ser uma estratégia vital para enfrentar as dificuldades do setor elétrico e fortalecer importantes segmentos da economia”.
Com informações e fotos da Abrasel/BR