A partir de agosto, um projeto-piloto será implementado para os produtores de soja do Paraná, visando aprimorar a gestão das lavouras através de um novo sistema de classificação. Intitulado Zarc Níveis de Manejo (ZarcNM), esta iniciativa permitirá que os agricultores obtenham percentuais de subvenção das apólices de seguro rural que variam de acordo com a classificação do manejo adotado. Com essa nova abordagem, os produtores que demonstrarem um manejo otimizado poderão acessar subvenções que chegam até 35%, superando o atual padrão de 20%.
A metodologia, desenvolvida pela Embrapa, considera a qualidade e o histórico das práticas de manejo do solo, com um enfoque em técnicas conservacionistas que visam aumentar a disponibilidade de água, minimizando os riscos associados às culturas durante períodos de seca. A avaliação do manejo será realizada em uma plataforma digital, onde dados serão fornecidos por operadores credenciados, como cooperativas e laboratórios.
O ZarcNM não só busca incentivar a adoção de boas práticas, mas também funciona como uma resposta aos desafios climáticos enfrentados pela cultura da soja. Regido pela Instrução Normativa Nº 2 de 2025, o projeto conta com investimento inicial de R$ 8 milhões do Ministério da Agricultura e Pecuária. Segundo autoridades do Mapa, essa inovação representa um passo significativo na evolução do Zoneamento Agrícola de Risco Climático.
Durante a apresentação do projeto no X Congresso Brasileiro de Soja, especialistas discutirão os impactos das mudanças climáticas na produção agrícola e abordarão as políticas de gestão de risco ligadas ao ZarcNM. A avaliação do nível de manejo será baseada em quatro categorias, definidas por indicadores que incluem a cobertura do solo e a diversificação das culturas nos últimos anos.
Além disso, a introdução do Sistema de Informações de Níveis de Manejo (SINM) permitirá a classificação automatizada do manejo por meio de um fluxo de dados rigoroso. As cooperativas desempenham um papel essencial neste projeto, com algumas já atuando na capacitação de produtores e monitoramento das práticas agrícolas. O objetivo é que, ao implementar um sistema de subvenção diferenciada, o projeto não apenas melhore a produtividade, mas também proporcione uma análise mais precisa dos riscos associados à produção, promovendo a resiliência das lavouras frente às adversidades climáticas.
Com informações da Embrapa
Fotos: Foto: Antonio Neto / Embrapa