A crescente demanda por cultivares de mandioca que apresentam alta produtividade e elevado teor de amido tem gerado grande interesse nos setores produtivo e industrial. Nesse contexto, a Embrapa, em colaboração com parceiros, prioriza o desenvolvimento dessas variedades, especialmente para a região Centro-Sul do Brasil, que representa 80% da produção nacional de fécula, um produto amplamente utilizado em indústrias alimentícias, mineração, e exploração de petróleo, entre outros.
Nas últimas quatorze avaliações realizadas, foram observados resultados positivos com produções superiores a 33 toneladas por hectare. Além disso, as novas cultivares possuem potencial para colheitas tanto precoces quanto tardias, atendendo as demandas específicas do mercado. As características externas das raízes, como a coloração da casca, são fatores que interagem diretamente com as necessidades da indústria de amido e dos produtores de farinha.
O lançamento das inovadoras cultivares, nomeadas BRS Ocauçu e BRS Boitatá, ocorrerá no dia 2 de julho, durante o evento “Dia de Campo da Mandioca”, em Naviraí (MS). Essas variedades foram testadas em uma rede de experimentos desde 2011 e demonstraram performance superior, tanto no primeiro ciclo de cultivo, onde a colheita ocorre após 12 meses, quanto no segundo, que varia de 18 a 24 meses. Marco Antonio Rangel, pesquisador da Embrapa, destacou a necessidade de que as variedades desenvolvam uma boa relação entre o teor de amido e a produtividade, visando garantir retorno econômico ao produtor rural.
Embora a BRS Ocauçu apresente raízes de cor marrom clara, a BRS Boitatá, com casca branca, adapta-se bem às exigências do mercado, assegurando uma farinha de qualidade superior ao evitar a pigmentação. Além disso, ambas as cultivares se destacam pela resistência moderada a algumas das principais doenças que afetam a mandioca.
A escolha por cultivares de ciclos variados permite que os produtores diversifiquem suas colheitas e se adequem às flutuações do mercado, aumentando suas opções. A validação das cultivares junto a indústrias especializadas garante que a qualidade seja mantida e que as variedades sejam adequadas às demandas do setor.
Os avanços na pesquisa agrícola são fundamentais para garantir uma produção sustentável e eficiente, alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Nesse sentido, o lançamento da BRS Ocauçu e BRS Boitatá representa não apenas uma conquista tecnológica, mas também um passo em direção à segurança alimentar e ao incentivo ao desenvolvimento econômico local.
Com informações da Embrapa
Fotos: Foto: Marco Antonio Sedrez Rangel / Embrapa
