logo_mco_2023_200X75
logo_mco_120X45

Publicidade

Publicidade

Integração Lavoura-Pecuária: Aumenta Carbono no Solo e Produtividade no Matopiba, Revela Estudo

COMPARTILHE

Sistemas como a Integração Lavoura-Pecuária (ILP) têm se mostrado eficazes em aumentar os níveis de carbono e nitrogênio no solo, contribuindo significativamente para a elevação da produtividade de grãos na região do Matopiba, que abrange partes do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Um estudo desenvolvido por uma equipe de pesquisadores da Embrapa Meio-Norte revelou que pastagens bem manejadas conseguem superar a vegetação nativa em termos de capacidade de armazenamento de carbono. Dados sugerem que a adoção de práticas conservacionistas não apenas gera créditos de carbono, mas também reduz substancialmente as perdas de fertilizantes, promovendo uma gestão mais sustentável da agricultura.

Produtores locais têm observado resultados positivos após a implementação do sistema ILP, incluindo melhorias na fertilidade do solo e um aumento nas colheitas de soja. Essa evidência reforça a possibilidade de aplicação desse modelo sustentável em outras áreas do Cerrado, ampliando os benefícios associados.

A pesquisa avaliou a dinâmica do carbono orgânico no solo e os estoques de carbono e nitrogênio em diferentes arranjos de cultivo, como ILP sob plantio direto, ILP com aração recente, Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), além de pastagens e vegetação nativa. Os resultados demonstraram que os sistemas de ILP e pastagem apresentaram estoques superiores de carbono e nitrogênio. Além disso, confirmou-se que a Integração Lavoura-Pecuária também favorece a formação de substâncias húmicas, as quais são essenciais para melhorar a fertilidade do solo, ajudando na retenção de água, na estruturação do solo e na atividade microbiana.

O pesquisador Edvaldo Sagrilo enfatizou a importância do manejo adequado, sugerindo que tanto pecuaristas quanto agricultores podem se beneficiar ambientalmente ao adotarem práticas de manejo bem conduzidas. A adoção de sistemas que aumentam o estoque de carbono traz vantagens financeiras ao agricultor, melhorando a fertilidade do solo e, consequentemente, a produtividade. Isso também implica em um uso mais eficiente de insumos, minimizando a poluição ambiental.

Além dos benefícios diretos para a produção agrícola, o aumento dos estoques de carbono no solo tem implicações positivas no combate ao aquecimento global, funcionando como um meio de reduzir emissões atmosféricas. A regulamentação do mercado de carbono pode, futuramente, gerar compensações financeiras para os produtores que adotam essas práticas.

A pesquisa, realizada no município de São Raimundo das Mangabeiras (MA), envolveu comparações entre diferentes sistemas de manejo em áreas com características climáticas e de solo semelhantes. Os dados obtidos indicaram que os sistemas ILP e pastagens apresentavam estoques de carbono significativamente superiores em todas as profundidades avaliadas. Em contraste, as áreas com vegetação nativa mostraram os menores níveis de carbono.

Os pesquisadores atribuíram os resultados positivos ao tempo de adoção das práticas integradas e à contribuição de resíduos orgânicos proporcionada por essas opções. O depoimento de Fernando Devicari, um produtor local que implementou o sistema ILP e ILPF, ilustra bem essas melhorias, destacando a duplicação da matéria orgânica em suas áreas cultivadas, além de um aumento nas colheitas de soja por hectare.

A solidez dos resultados observados, embora obtidos em condições específicas, aponta para a possibilidade de replicação do conceito de sustentabilidade em outras partes do Cerrado e além. Estudos similares têm indicado um padrão positivo ao se adotar sistemas integrados, reforçando a importância da pesquisa e da inovação na busca por práticas agrícolas sustentáveis.

Com informações da Embrapa
Fotos: Foto: Gabriel Faria / Embrapa

0

LIKE NA MATÉRIA

Publicidade