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"Estudo revela que 80% dos pecuaristas de bezerros no Acre enfrentam desafios tecnológicos e assistenciais"

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Mais de 80% dos criadores de bezerros no estado do Acre são pequenos agricultores que enfrentam desafios significativos na adoção de tecnologia. As pastagens, por outro lado, estão em boas condições, resultado do uso de gramíneas adaptadas ao solo amazônico. Recentemente, pesquisadores realizaram um diagnóstico em 246 propriedades espalhadas por 12 municípios, que expôs a falta de assistência técnica, dificuldades de acesso a crédito e a necessidade de políticas públicas voltadas para a modernização do setor.

Um dos principais problemas identificados foi a superlotação de pastos, um gargalo que compromete tanto a produtividade quanto a sustentabilidade da atividade. O estudo, que será debatido no 1º Simpósio Acreano de Pecuária de Cria, marcado para junho em Rio Branco, revelou dados relevantes: 82% dos criadores são de base familiar, e 71% utilizam práticas com baixa adoção tecnológica. A infraestrutura inadequada nas propriedades é um fator crítico que dificulta a modernização dos sistemas produtivos.

Apesar dos desafios, a pesquisa também destacou as potencialidades do setor. Aproximadamente 75,4% das propriedades possuem pastagens bem manejadas, resultado de investimentos acertados em sua reforma. A pecuária de corte é uma das principais atividades econômicas do Acre, representando 60% do valor total da produção agropecuária e gerando renda para mais de 10 mil produtores que fornecem bezerros para recria e engorda em diferentes regiões do Brasil, incluindo o Norte e o Sudeste.

No entanto, a moderna pecuária de cria no Acre ainda é menos desenvolvida em comparação a outros segmentos da cadeia. Isso é, em parte, devido ao tamanho das propriedades, ao nível educacional dos produtores e à falta de informações sobre as tecnologias disponíveis. Há uma necessidade urgente de implementar ações que melhorem o acesso dos criadores e promovam a inclusão de práticas sustentáveis, como o consórcio de gramíneas com leguminosas. Uma das alternativas potenciais, o plantio direto de forrageiras, ainda é pouco conhecido entre os pequenos produtores, o que reforça a necessidade de investimentos em formação e capacitação.

Adicionalmente, um dado interessante é que 71% dos produtores têm acesso à internet, o que pode ser uma ferramenta valiosa para disseminar informações e promover o aprendizado colaborativo. Esse canal pode ser utilizado para criar redes de troca de conhecimento entre técnicos e produtores, permitindo a difusão de tecnologias que exijam baixo investimento, mas que possam impactar diretamente a produtividade, como práticas de manejo e organização reprodutiva.

O Acre, atualmente, possui o menor índice de degradação de pastagens entre os estados do Norte, com uma diversificação que contribui para a sustentabilidade. O diagnóstico revelou que apenas 24,6% das pastagens estudadas necessitam de renovação, e muitos produtores se esforçam para diversificar seus plantios com gramíneas recomendadas. Contudo, a taxa de lotação média encontrada de 2,49 cabeças por hectare é 27,7% superior à média estadual, indicando a preocupação com o superpastejo, que pode comprometer a saúde do rebanho e a qualidade das pastagens.

Para enfrentar esses desafios, é imprescindível que os pequenos produtores recebam assistência técnica contínua e linhas de crédito acessíveis. O diagnóstico aponta que muitos pequenos criadores têm dificuldades para realizar investimentos significativos, o que limita suas capacidades produtivas. O apoio governamental e a criação de cooperativas podem proporcionar um alicerce para fortalecer as bases da pecuária de cria.

O estudo concluiu que a modernização da atividade pecuária deve ser gradual e adaptada à realidade socioeconômica local. O sucesso nesse processo depende de um conjunto de ações integradas que priorizem a capacitação dos jovens, melhoramentos na infraestrutura e a promoção de políticas públicas que incentivem a adoção de tecnologias que elevem a qualidade genética dos rebanhos.

Com informações da Embrapa
Fotos: Foto: Vítor Macedo / Embrapa

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