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Estudo inédito revela que café robusta amazônico sequestra 2,3 vezes mais carbono do que emite

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Um estudo recente revela que a cafeicultura familiar nas Matas de Rondônia apresenta um efetivo balanço de carbono, superando as emissões de gases de efeito estufa (GEE) durante a produção do café. Esta pesquisa identifica que as plantações do Café Robusta Amazônico, uma variedade local do Coffea canephora, sequestram em média 2,3 vezes mais carbono do que o emitido durante o cultivo. Os resultados indicam que, em cada hectare cultivado, há um saldo positivo de aproximadamente 4 toneladas de carbono por ano.

Os pesquisadores chegaram a essa conclusão ao mensurar tanto o carbono estocado na biomassa das plantas, estimado em 6.874,8 kg, quanto as emissões geradas, que totalizaram 2.991,5 kg. Esse balanço favorável poderá não apenas embasar futuras pesquisas, mas também auxiliar na criação de linhas de crédito de carbono, o que representa uma oportunidade significativa para os agricultores da região. Nesse contexto, uma planilha para cálculo das emissões foi desenvolvida, permitindo que os produtores avaliem seu impacto ambiental diretamente.

As práticas agrícolas adotadas, como a substituição de fertilizantes químicos por alternativas orgânicas, desempenham um papel crucial na mitigação das emissões de GEE. A utilização de compostos como cama de frango e palha de café favorece não apenas o crescimento das plantas, mas também contribui para o aumento do estoque de carbono no solo.

O estudo, promovido pela Embrapa, teve sua divulgação oficial durante o Rondônia Rural Show Internacional, um evento significativo para o agronegócio na Região Norte. Nele, os agricultores puderam testar a planilha de cálculo e simular a pegada de carbono de seus cultivos, uma ação que incentiva a integração entre pesquisa e prática agrícola.

Juan Travian, presidente da Cafeicultores Associados da Região das Matas de Rondônia, expressou satisfação com os resultados do estudo, destacando a importância de demonstrar a sustentabilidade da produção de café na Amazônia. Oberdan Pandolfi Ermita, presidente do Sicoob Credip, enfatizou que a monetização do carbono é um mercado emergente que pode beneficiar diretamente os cafeicultores, impulsionando incentivos financeiros e redução de taxas de juros.

O projeto também foi selecionado para apresentação na COP30, destacando a importância do cultivo do Café Robusta Amazônico como modelo sustentável. Esse enfoque evidencia um movimento crescente em direção a práticas de cultivo que conciliem sustentabilidade e prosperidade econômica em um cenário de crescente demanda por alimentos.

Além disso, o estudo mediu a pegada de carbono em 250 propriedades e revelou que 80% das emissões se devem ao uso de fertilizantes nitrogenados sintéticos. A pesquisa reforça que a adoção de estratégias como a utilização de adubos orgânicos pode efetivamente reduzir a pegada de carbono, promovendo uma agricultura mais sustentável em um mundo em constante mudança climática.

As práticas de manejo sustentável observadas entre os pequenos produtores de Rondônia ilustram a capacidade de adaptação e resiliência frente aos desafios do setor agrícola, além de contribuir para uma redução significativa das emissões associadas à produção de café na Amazônia brasileira.

Com informações da Embrapa
Fotos: Foto: Enrique Alves / Embrapa

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