Um estudo recente realizado pela Embrapa Milho e Sorgo, em Sete Lagoas (MG), revelou que as perdas causadas pela broca-da-cana-de-açúcar no cultivo de sorgo podem chegar a 50% da produção, dependendo do híbrido utilizado. Esta é a primeira vez que uma estimativa desse tipo é feita para essa lagarta na cultura do sorgo.
As perdas registradas variam de acordo com o híbrido e o manejo adotado, sendo recomendado adotar medidas de controle caso sejam detectados 3% ou mais de infestação na lavoura. A broca-da-cana-de-açúcar, também conhecida como broca-do-colmo, é uma das principais pragas do sorgo e pode passar despercebida pelos produtores devido ao seu hábito de se desenvolver dentro do colmo da planta.
Segundo os pesquisadores, a broca-do-colmo foi capaz de causar perdas de produtividade de até 100% em casos mais severos, quando as plantas não foram tratadas com inseticida em híbridos menos tolerantes. Já o híbrido mais produtivo e tolerante registrou uma perda de 50%, evidenciando como os híbridos de sorgo podem reagir de forma diferente sob a mesma infestação de pragas.
O estudo também apontou que o uso de inseticidas para o controle da praga resultou em um aumento da altura das plantas, devido principalmente à redução das galerias causadas pela broca nos colmos, o que impede a translocação de compostos resultantes da fotossíntese pela planta e consequentemente aumenta o comprimento e peso das panículas.
Além disso, a pesquisa determinou o limiar de ganho e o nível de dano econômico causado pela broca-da-cana-de-açúcar em híbridos de sorgo granífero, fornecendo informações essenciais para os agricultores planejarem melhor o cultivo e tomarem medidas de controle em caso de infestação acima de 3% de intensidade.
Portanto, é fundamental que os produtores estejam atentos à infestação da broca-do-colmo no campo, pois o uso de híbridos suscetíveis combinado com a não aplicação de inseticidas pode levar a prejuízos significativos na produtividade do sorgo. Com essas informações em mãos, os agricultores poderão tomar decisões mais assertivas e garantir a sustentabilidade de suas lavouras.
Com informações da Embrapa
Fotos: Foto: Simone Mendes e Otávio Araújo / Embrapa
