A Embrapa e a Associação Brasileira de Criadores de Gir Leiteiro (ABCGIL) estão investindo em ações de internacionalização do melhoramento genético para bovinos leiteiros. A exportação de genética animal tem trazido divisas importantes para o Brasil e reforçado a posição do país como referência em genética de bovinos leiteiros adequados a climas tropicais. O Programa Nacional de Melhoramento do Gir Leiteiro (PNMGL) tem despertado o interesse de outros países, com a Embrapa Gado de Leite prevendo receber informações genéticas de 350 rebanhos estrangeiros até novembro, totalizando cerca de 3 mil animais.
Atualmente, a bovinocultura de leite no Brasil é dominada por técnicas avançadas como genômica e bioinformática. Cerca de 95% dos animais registrados anualmente pela Associação de Criadores de Gir Leiteiro são avaliados genomicamente. Essa avaliação genômica tem o benefício de acelerar o melhoramento genético em até o dobro da velocidade, ao mesmo tempo em que reduz os custos em mais de 50%.
A exportação da genética bovina tem sido uma prática importante para o Brasil, consolidando sua expertise em genética de bovinos leiteiros adaptados a climas tropicais. Países como México e Bolívia já receberam avaliações genômicas de rebanhos da raça Gir Leiteiro, com expectativa de expansão para outros 11 países latino-americanos no próximo ano.
A avaliação genômica, ferramenta mais recente no melhoramento genético bovino, tem despertado interesse na região latino-americana. Com o sequenciamento do DNA bovino realizado há 16 anos, pesquisadores identificaram diferenças entre animais taurinos e zebuínos, permitindo uma revolução na seleção genética. Por meio da identificação de mais de 5 milhões de SNPs específicos para raças zebuínas, características como ganho de peso, produção, reprodução e resistência a parasitas podem ser identificadas nos indivíduos.
A incorporação da avaliação genômica no Programa Nacional de Melhoramento do Gir Leiteiro em 2018 trouxe melhorias na precisão das estimativas dos valores genéticos, acelerando o progresso genético da raça. A comparação entre o melhoramento genético tradicional e a seleção genômica mostra que esta última otimiza o processo, possibilitando redução de custos e aumento da eficiência na seleção dos melhores animais para reprodução.
Com isso, o Brasil consolida sua posição como referência em genética de bovinos leiteiros para climas tropicais, trazendo benefícios econômicos e técnicos para o país e para os produtores internacionais que buscam melhorar suas produções de leite.
Com informações da Embrapa
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