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Cafeicultura Familiar em Rondônia: Estudo Revela Balanço Favorável de Carbono no Cultivo de Café

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A análise do carbono na cafeicultura das Matas de Rondônia revela um panorama promissor para a sustentabilidade agrícola nessa região da Amazônia. A pesquisa, ainda inedita, indica que as plantações de Café Robusta Amazônico conseguem sequestrar, anualmente, aproximadamente 2,3 vezes mais carbono do que as emissões geradas durante seu processo produtivo. Para ser mais preciso, o balanço anual demonstra um saldo positivo de cerca de 3.883,3 kg, resultando em um total de quase quatro toneladas por hectare a cada ano. Este balanço é fruto da diferença entre o carbono armazenado na biomassa das plantas — que equivale a 6.874,8 kg — e as emissões de gases de efeito estufa (GEE), que somam 2.991,5 kg.

Com a finalidade de aprimorar ainda mais a categoria da cafeicultura, foram desenvolvidas planilhas de cálculo para que os produtores possam monitorar suas emissões de carbono. Essa ferramenta será apresentada no Rondônia Rural Show Internacional, que ocorrerá entre 26 e 31 de maio em Ji-Paraná, permitindo que os agricultores façam simulações para ver como suas práticas se comparam ao balanço médio da região. Essa oportunidade de interagir diretamente com a pesquisa permitirá que os produtores de café avaliem em tempo real o nível de suas emissões e busquem formas de reduzi-las.

O presidente da Cafeicultores Associados da Região das Matas de Rondônia expressou orgulho com os resultados, ressaltando a relevância de mostrar ao mundo que a produção de café na Amazônia pode ser, de fato, sustentável. Oberdan Pandolfi Ermita, presidente do Sicoob Credip, também destacou a importância da monetização do carbono, que, conforme ele, pode facilitar o acesso a linhas de crédito, beneficiando diretamente os pequenos cafeicultores.

Além do interesse comercial, a pesquisa antecipa a necessidade de adequar as práticas agrícolas, focando na eficiência e na sustentabilidade. Os dados coletados em 250 propriedades rurais em 15 municípios da região mostram que a maioria das emissões vem da aplicação de fertilizantes nitrogenados sintéticos, representando cerca de 80% da pegada de carbono na produção. Estratégias de mitigação, como a utilização de adubos orgânicos e o consórcio com leguminosas, podem ser adotadas a fim de otimizar os resultados.

Investigações futuras também se concentrarão na mensuração do carbono estocado no solo, o que deverá oferecer um cenário ainda mais favorável e robusto para a cafeicultura local. Em um contexto global que exige práticas agrícolas de baixo carbono, a cafeicultura das Matas de Rondônia, com sua abordagem familiar e sustentável, se destaca como exemplo de como adaptabilidade e inovação podem beneficiar tanto produtores quanto o meio ambiente.

Assim, a pesquisa, por meio da coleta de dados em campo e do envolvimento com os agricultores locais, planta as sementes para um futuro mais sustentável para a cafeicultura, reafirmando a importância de práticas que mantenham a integridade ecossistêmica da Amazônia.

Com informações da Embrapa
Fotos: Foto: Enrique Alves / Embrapa

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