O Brasil enfrenta um cenário preocupante de aumento das queimadas, conforme apontado por um levantamento realizado pela Embrapa. De acordo com os dados levantados, entre maio e setembro de 2024, os focos de calor ultrapassaram os 200 mil, enquanto no ano anterior foram registrados 90 mil focos. As áreas mais impactadas pelo fogo são as matas dos estados de Mato Grosso, Pará e Amazonas, com destaque para o município de São Félix do Xingu, no Pará, que registrou o maior número de queimadas no país, com 3.846 focos em áreas de mata.
Diferentemente das pastagens, as áreas de mata têm uma recuperação mais lenta e tendem a perecer após as queimadas. Além disso, as áreas agrícolas também foram afetadas, com os canaviais sendo os mais atingidos. O pesquisador da Embrapa, Daniel Pereira Guimarães, recomenda a adoção de medidas preventivas, como a realização de ações educativas e uma fiscalização reforçada, especialmente nos meses que antecedem o período crítico de queimadas.
O mapeamento realizado pela Embrapa revelou que as principais áreas impactadas pelas queimadas em 2024 foram as de formação florestal, principalmente na Amazônia e no Pantanal matogrossense. Guimarães destaca que a vegetação florestal não está adaptada aos impactos das queimadas, o que dificulta sua recuperação. Já as áreas de campo, como o Cerrado e as pastagens, conseguem se recuperar mais facilmente com a chegada do período chuvoso.
A forte estiagem observada em 2024 teve um impacto significativo na agricultura, com os canaviais sendo os mais afetados. O pesquisador ressalta que as perdas decorrentes das queimadas e do estresse hídrico podem afetar a próxima safra, especialmente as plantações de soja, café e frutas.
Diante desse cenário, Guimarães destaca a importância de medidas de prevenção, como campanhas educativas, proibição do uso de queimadas e uma fiscalização efetiva, com antecedência ao período crítico. Ele ressalta que o monitoramento e a previsão das condições climáticas são essenciais para mitigar os impactos das queimadas e proteger o meio ambiente.
Com informações da Embrapa
Fotos: Foto: Google Earth / Embrapa
