A área basal é um elemento fundamental para a gestão eficaz dos sistemas florestais, pois mede a ocupação das árvores no ambiente através da área da seção transversal dos troncos por hectare. Uma área basal bem gerenciada pode trazer benefícios significantes para a produtividade da pastagem e das árvores, além de promover ganhos ecológicos para o sistema como um todo.
Um estudo recente destacou a importância da área basal no manejo de sistemas silvipastoris, fornecendo insights valiosos sobre como otimizar a densidade das árvores para maximizar a produção de madeira e pastagem, ao mesmo tempo em que promove benefícios ambientais e bem-estar animal. A pesquisa apontou que uma área basal de 8m2 por hectare permite a produção de pastagens em níveis semelhantes aos de áreas a pleno sol, contribuindo para a conservação do solo, aumento da biodiversidade, sequestro de carbono e saúde animal.
Os resultados dos experimentos realizados em diferentes regiões do país mostraram que a área basal possui uma relação direta com a transmissão de luz para o solo, o que é essencial para o desenvolvimento das forrageiras no pasto. Além disso, a densidade de árvores balanceada proporciona um ambiente mais confortável para o gado, resultando em melhor ganho de peso e indicadores de saúde favoráveis, devido à redução do estresse térmico.
A pesquisa ressaltou a importância do monitoramento contínuo da área basal e a adaptação das práticas de manejo conforme as condições específicas de cada local. Os cientistas enfatizaram que políticas públicas devem incentivar essas práticas de manejo sustentável, fornecendo subsídios para implementação do monitoramento da área basal e programas de capacitação para agricultores e gestores florestais.
Integrar árvores e pastagem em sistemas silvipastoris oferece uma série de benefícios econômicos, ecológicos e sociais, contribuindo para melhorar a produtividade agropecuária, conservar o solo, a biodiversidade e a água, além de auxiliar no sequestro de carbono e na mitigação das mudanças climáticas. Essas práticas estão alinhadas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, em especial a meta 13, de combate às mudanças climáticas.
Apesar dos benefícios, os produtores enfrentam desafios na manutenção do equilíbrio entre a densidade de árvores e a produtividade da pastagem. Uma densidade muito alta pode reduzir a produtividade da pastagem devido à competição por recursos, enquanto uma densidade muito baixa pode não fornecer benefícios suficientes para o solo e o microclima. A área basal surge como uma ferramenta essencial para resolver esses desafios, permitindo ao produtor maximizar a produção de madeira e pastagem, mantendo a sustentabilidade do sistema.
Com informações da Embrapa
Fotos: Foto: Gisele Rosso / Embrapa