logo_mco_2023_200X75
logo_mco_120X45

Publicidade

Publicidade

Projeto Quirera da Embrapa transforma comunidades quilombolas do Pará com farinhas saudáveis e inovadoras

COMPARTILHE

No Pará, um projeto da Embrapa está revolucionando a produção de farinhas sem glúten em comunidades quilombolas, aumentando a produção em quatro vezes. Com a implementação de tecnologias adequadas e práticas simples, houve uma significativa redução nas perdas durante o processamento, além de melhorias notáveis nas condições de higiene e na qualidade dos produtos finais. O foco da iniciativa é a profissionalização da fabricação de farinhas a partir de ingredientes como cará branco, cará roxo, araruta, banana, pupunha e tucumã, cuja produção havia diminuído ou até desaparecido com o tempo.

O Projeto Quirera, primeira experiência de inovação social da Embrapa no estado, busca valorizar os saberes locais, unindo ciência e tradição em favor das comunidades. A partir da colaboração com a Rede Bragantina de Saberes e Sabores, a iniciativa reúne agricultores, associações e cooperativas de mais de dez municípios da região, apostando na força do conhecimento tradicional aliado a inovações tecnológicas. Diferente dos métodos convencionais de transferência de tecnologia, este projeto se baseia em uma abordagem de escuta ativa e respeito aos saberes locais.

Antes da intervenção, as agroindústrias comunitárias enfrentavam sérias dificuldades: eram capazes de produzir apenas dez quilos de farinha por semana, com altas taxas de desperdício e trabalho excessivo. Agora, com as melhorias introduzidas, a produção chegou a 40 quilos, mantendo altos padrões de qualidade e segurança alimentar. O resultado é a ressurreição de farinhas nutritivas que agregam valor aos produtos, aproveitando matérias-primas que antes eram desperdiçadas.

O projeto também proporciona uma reintegração das mulheres e jovens ao ambiente de trabalho rural, resgatando a autoestima e o protagonismo desses grupos nas agroindústrias locais. A adoção de secadores elétricos e o treinamento em boas práticas reduzem as perdas de produção, melhorando a eficiência e prolongando a durabilidade das farinhas. O processo de aprimoramento inclui a substituição de equipamentos rudimentares por máquinas mais modernas e eficientes, permitindo uma abordagem mais sustentável e menos desgastante para os trabalhadores.

A metodologia do Quirera enfatiza a construção coletiva de conhecimentos, considerandona a importância da participação e do envolvimento da comunidade ao longo de todas as fases do projeto. Esse modelo colaborativo se destaca por respeitar e integrar práticas tradicionais à ciência moderna, promovendo um diálogo entre os saberes.

Esse enfoque não apenas melhora as condições de vida das comunidades envolvidas, mas também aprofunda a relação delas com a floresta. Com a consciência de que a preservação ambiental se traduz em oportunidades econômicas, a mentalidade da comunidade tem mudado: em vez de focar no desmatamento, agora há um impulso em direção ao cultivo sustentável e à valorização dos produtos nativos.

O sucesso da iniciativa no Pará inspirou a Embrapa a considerar a replicação do modelo em outras regiões do Brasil, buscando adaptar o que foi aprendido às realidades locais. O objetivo é criar um futuro onde as pequenas agroindústrias promovam dignidade, saúde e mantenham a floresta em pé, mostrando que é possível aliar inovação e respeito pelas tradições e saberes indígenas. Assim, esse projeto é um claro exemplo de como ciência e cultura podem caminhar juntas, ao mesmo tempo que traz esperança e novas possibilidades para o desenvolvimento rural no Brasil.

Com informações da Embrapa
Fotos: Foto: Ronaldo Rosa / Embrapa

0

LIKE NA MATÉRIA

Publicidade