Um novo método foi desenvolvido para simplificar a avaliação da qualidade do café, tornando-a acessível a pequenos produtores. A avaliação proposta não exige a presença de especialistas e pode incluir consumidores e funcionários na equipe de provadores. Essa técnica inovadora pode ser utilizada para avaliar amostras para concursos ou para a separação de lotes especiais de café.
O avanço nessa área foi impulsionado pelas dificuldades causadas pela pandemia, que impossibilitaram o uso de métodos tradicionais e demorados de avaliação. Os pesquisadores da Embrapa Cerrados e da Universidade de Brasília adaptaram a metodologia chamada Perfil Descritivo Otimizado (PDO) pela primeira vez para a avaliação de café. O objetivo era oferecer uma opção de análise simplificada com resultados mais rápidos do que os métodos sensoriais descritivos utilizados atualmente nas provas de café.
Essa metodologia adaptada pode ser adotada por pequenos estabelecimentos comerciais, cooperativas de produtores e instituições de pesquisa. Uma das principais vantagens desse método é a composição da equipe de avaliadores, que pode incluir funcionários e consumidores de café sem a necessidade de especialistas altamente capacitados. Isso torna o processo mais acessível e simplificado.
A metodologia descrita detalhadamente no Manual de Análise Sensorial Descritiva de Café abrange todas as etapas do processo, desde o recrutamento e seleção dos provadores até a consolidação das notas dos grãos avaliados. Essa publicação foi desenvolvida a partir da dissertação de mestrado de Manuella Nascimento, sob orientação da professora Lívia de Oliveira e da pesquisadora Sônia Celestino.
O método PDO tem o potencial de relatar quantitativamente atributos sensoriais, reduzindo o tempo e o custo dos testes sensoriais. Por outro lado, a Análise Descritiva Quantitativa (ADQ) proporciona uma descrição mais completa das propriedades sensoriais do produto. Ambos os métodos podem ser úteis para o controle de qualidade, formulação de produtos e avaliação de oportunidades de mercado.
Com essa metodologia inovadora, pequenos produtores de café, cooperativas e instituições de pesquisa podem obter uma análise rápida e precisa da qualidade de seus grãos. Isso permite a identificação dos melhores cafés antes de encaminhá-los para avaliações oficiais. Além disso, a metodologia PDO facilita a obtenção de resultados mais rápidos, permitindo a realização de avaliações pontuais em atributos específicos do café.
Essa abordagem inovadora na avaliação da qualidade do café tem o potencial de revolucionar a indústria cafeeira, propiciando uma análise mais acessível e rápida, sem a necessidade de especialistas altamente treinados. Com resultados mais ágeis e precisos, os produtores e empresários do setor poderão obter informações valiosas sobre a qualidade de seus cafés e aprimorar seus processos de produção e comercialização.
Com informações da Embrapa
Fotos: Foto: Fabiano Bastos / Embrapa