Pesquisadores realizaram uma atualização significativa nas recomendações de adubação para o cultivo do cajueiro-anão, trazendo benefícios econômicos e ambientais substanciais. A nova abordagem assegura o mesmo desenvolvimento das plantas que a antiga, porém com uma redução impressionante de 70% nos custos relacionados à adubação. Durante a fase de plantio, a quantidade de nutrientes necessária diminuiu consideravelmente, permitindo, em alguns casos, a aplicação de doses até quatro vezes inferiores por cova. Por exemplo, a dose de adubos fosfatados, que anteriormente chegava a um quilo, pode agora ser reduzida a apenas 200 gramas, dependendo das características do solo. Essa atualização não apenas alivia a carga financeira dos produtores, mas também promove uma produção mais sustentável, ao minimizar os impactos ambientais do uso excessivo de fertilizantes.
Essa revisão nas diretrizes de adubação é fruto de investigações realizadas pela Embrapa Agroindústria Tropical a partir de 2021, visando aprimorar o manejo e a produtividade dos pomares de cajueiros. Anteriormente, as orientações eram baseadas em estudos de duas décadas atrás e estavam fundamentadas na cultura do cajueiro-comum e em outras frutíferas, o que indicava a necessidade urgente de adaptação às realidades do cajueiro-anão.
A nova recomendação é crucial para o bem-estar econômico dos agricultores, já que a fase de plantio é determinante para o estabelecimento adequado das mudas. Antes, o custo médio da adubação em um hectare de cajueiro era de R$ 520,00, enquanto a nova abordagem reduz esse montante para cerca de R$ 138,00. Essa economia é significativa, especialmente em um contexto de desafios financeiros.
Além das vantagens financeiras, o controle racional na utilização de adubos também traz benefícios ambientais. A diminuição no uso de fertilizantes químicos não só evita a contaminação de solos e recursos hídricos, mas também ajuda a preservar a biodiversidade do solo, promovendo um ambiente mais saudável para o crescimento das plantas.
Para validar e disseminar essa nova tecnologia, foram criadas Unidades de Observação em cinco municípios do Ceará, onde o desempenho das plantas será monitorado ao longo do tempo para garantir a eficácia das novas práticas. O desenvolvimento contínuo destes estudos é de vital importância, uma vez que se trata de uma cultura perene, e os resultados a longo prazo serão cruciais para a sustentabilidade e produtividade do cajueiro-anão.
Em paralelo, um aplicativo inovador, o CND Caju, está sendo desenvolvido para auxiliar os produtores na avaliação nutricional das plantas. Esse recurso permitirá uma interpretação mais precisa dos dados relacionados à saúde do solo e das plantas, ajudando os agricultores a tomarem decisões informadas sobre adubação e manejo. A combinação desses avanços representa um passo importante em direção a uma produção agrícola mais eficiente, sustentável e lucrativa.
Com informações da Embrapa
Fotos: Foto: Luiz Augusto Serrano / Embrapa













