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Embrapa Pesquisa Espécies Nativas para Recuperar Terrenos Degradados por Mineração em Paracatu (MG)

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Um projeto inovador, desenvolvido pela Embrapa Cerrados em colaboração com a mineradora Kinross Gold Corporation, está sendo implementado em Paracatu, Minas Gerais, com o intuito de restaurar áreas degradadas pela mineração de ouro. A pesquisa foca na recuperação das barragens de rejeitos, que atualmente enfrentam sérios problemas, como acidez elevada, baixa fertilidade, escassez de matéria orgânica e compactação excessiva do solo. Além destes desafios, a legislação ambiental impõe restrições que dificultam ainda mais o processo de revegetação, proibindo, por exemplo, o uso de plantas com raízes profundas e parte aérea muito extensa.

O projeto, que ocorre na mina Morro do Ouro, aspira a estabelecer um protocolo sustentável que seja aplicável em outras áreas mineradas do Brasil. O diagnóstico inicial realizado pela Embrapa identificou características desfavoráveis do solo, como a presença de metais tóxicos e uma atividade microbiológica bastante reduzida. Como explica a pesquisadora Leide Andrade, a escolha de espécies nativas e exóticas adaptadas é crucial para o sucesso dessa revegetação.

Ao longo do projeto, diversas discussões entre a equipe da Embrapa e representantes da Kinross têm sido fundamentais para a elaboração de estratégias eficazes. A legislação exige que as mineradoras mantenham o solo vegetado, mas limitações, como a proibição de plantas com raízes profundas, trazem complexidades ao planejamento. A pesquisadora Fabiana Aquino aponta que, ao contrário da agricultura, onde se busca maximizar a produção, a revegetação nessas condições requer uma abordagem diferente, que prioriza a cobertura do solo sem promover um crescimento excessivo.

Além dos testes em campo, a equipe está avaliando diferentes combinações de espécies e técnicas de manejo. A gestão do solo e a seleção de plantas que se adaptem ao clima e às condições locais são pontos centrais da pesquisa. A equipe identificou que algumas plantas já utilizadas pela mineradora não conseguem se desenvolver adequadamente nas condições iniciais, resultando em uma cobertura irregular e ineficaz.

O projeto também observa que espécies comuns na agricultura, como o milheto, embora possam ser úteis como cobertura, podem sufocar outras plantas mais fracas, dificultando a revegetação. A baixa disponibilidade de sementes adequadas no mercado é um obstáculo adicional. Andrade enfatiza que soluções reais devem ser encontradas com base no conhecimento local e nas condições específicas do Cerrado, propondo que a pesquisa deve ser focada em alternativas que se adaptem realmente ao bioma.

Além disso, o histórico de projetos previos com outros tipos de mineração contribui para uma compreensão mais ampla dos diferentes desafios enfrentados na revegetação de áreas degradadas. Cada tipo de solo e processo de mineração requer estratégias adaptadas, e a experiência acumulada permite à equipe identificar práticas que podem ser efetivas neste novo contexto.

Com todos esses esforços, o trabalho visa não apenas restaurar as áreas afetadas, mas também criar um modelo de referência que respeite e preserve a biodiversidade local, transformando um desafio ambiental em uma oportunidade para inovação e sustentabilidade na recuperação de ecossistemas degradados.

Com informações da Embrapa
Fotos: O estudo está sendo conduzido na mina Morro do Ouro, com foco na revegetação dos taludes — estruturas inclinadas que contêm os rejeitos da mineração / Embrapa

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