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Alho é Integrado ao Programa de Zoneamento Agrícola para Minimizar Riscos Climáticos no Brasil

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O alho, hortaliça de grande relevância no mercado brasileiro, foi o mais recente cultivo a ser incluído no Programa Nacional de Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc). Este importante programa busca identificar as áreas com menor probabilidade de riscos climáticos e os períodos mais adequados para o plantio, com o intuito de minimizar perdas e otimizar a produtividade. O foco do novo zoneamento foi o alho nobre, reconhecido por sua alta comercialização, especialmente em climas tropicais e subtropicais.

A recente atualização do Zarc foi oficializada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária em uma publicação no Diário Oficial da União, datada de 25 de novembro de 2025. Essa ferramenta serve como um guia estratégico para produtores, instituições financeiras e seguradoras, fornecendo informações cruciais sobre os locais mais favoráveis para o cultivo do alho, além de indicar as melhores épocas para o plantio. A prática de plantar fora desses períodos não é recomendada, pois aumenta significativamente o risco de perdas na produção.

Desenvolvido por uma equipe de pesquisadores da Embrapa Hortaliças, em colaboração com associações de produtores e instituições de ensino, o novo zoneamento inclui a subdivisão das áreas de cultivo em regiões tropicais e subtropicais, considerando que, embora as variedades de alho sejam as mesmas, as condições de plantio e os sistemas de produção variam de acordo com o clima. Os pesquisadores enfatizam a importância de selecionar cultivares adaptadas a cada região e época, apoiando-se em orientações técnicas adequadas.

O alho é originário de regiões de clima frio e, para prosperar nas condições brasileiras, depende de temperaturas amenas e de um fotoperíodo apropriado. As cultivares de alho nobre requisitam pelo menos 13 horas de luz diária e temperaturas entre 13 e 18°C para a formação de bulbos de qualidade. O zoneamento também avalia a altitude, uma variável que influencia tanto a produtividade quanto a qualidade do alho nobre, estipulando altitudes mínimas distintas para regiões tropicais e subtropicais.

A prática da vernalização, que envolve o tratamento do alho-semente com frio antes do plantio, é essencial para assegurar uma produção eficaz, independentemente das variáveis climáticas futuras. Essa técnica tem possibilitado expandir as regiões e períodos de plantio, permitindo ao alho nobre ser cultivado em áreas que antes eram consideradas inadequadas.

Além de sua produção ser bastante dependente da quantidade adequada de água — com estimativas que variam de 400 a 850 mm — o alho apresenta um sistema radicular superficial que o torna vulnerável tanto à falta quanto ao excesso de irrigação. Portanto, o manejo hídrico adequado é crítico para garantir a qualidade e a produtividade do cultivo.

O cultivo de alho no Brasil teve um avanço significativo nas últimas décadas, passando de uma produção voltada ao consumo familiar para atender em grande escala o mercado. Atualmente, Minas Gerais, Goiás e outros estados respondem por uma parcela significativa da produção nacional, destacando-se com uma média de 13 toneladas por hectare.

O cultivo de alho também traz desafios, como a presença de doenças fúngicas que podem prejudicar todas as fases do crescimento das plantas. As informações coletadas e analisadas no Zarc são fundamentais para a realização de práticas agrícolas mais seguras e produtivas, promovendo uma agricultura mais resiliente e sustentável.

Para que os produtores possam participar do programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) ou do Programa de Subvenção ao Seguro Rural (PSR), a adesão às datas de plantio determinadas pelo Zarc é obrigatória. O programa, que já é uma realidade consolidada para culturas como milho e soja, também enfrenta desafios ao se expandir para hortaliças, dado o impacto significativo que as condições climáticas têm sobre essas culturas.

Com uma equipe multidisciplinar engajada na elaboração do Zarc, a expectativa é de que o próximo cultivo a ser abordado seja o tomate, prevendo uma continuidade no suporte à segurança alimentar e na maximização dos padrões produtivos no Brasil.

Com informações da Embrapa
Fotos: Foto: Paula Rodrigues / Embrapa

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