Nos últimos dois anos, a produção de mudas da cultivar nacional de morango Fênix, desenvolvida pela Embrapa, cresceu de 2,5 milhões para 5 milhões. Essa tendência de crescimento deve continuar, com projeções de que esse número dobre novamente em 2026. A cultivar Fênix é um importante avanço para a agricultura brasileira, pois pode reduzir a dependência de cultivares estrangeiras e a necessidade de importação de mudas. Atualmente, cerca de 98% dos morangos consumidos no Brasil provêm de cultivares americanas, com aproximadamente 30% das mudas sendo importadas do Chile, Argentina e Espanha.
A Fênix se destacou tanto entre os produtores quanto entre os consumidores devido a seu alto rendimento, precocidade de colheita, durabilidade após a colheita, sabor doce e coloração vibrante. Cidades como Pelotas (RS), Atibaia (SP) e Araucária (PR) já reconhecem a cultivar como uma referência em suas respectivas produções. O avanço na multiplicação da cultivar Fênix é notável, com o número de viveiristas licenciados aumentando de 18 para 22 em um ano e, posteriormente, mais 14 contratos formalizados em 2025.
O pesquisador Sandro Bonow, ligado à Embrapa Clima Temperado, destaca que esse aumento na produção está diretamente relacionado à necessidade de cultivares nacionais de fácil acesso para os viveiristas, que têm enfrentado uma carência significativa nesse mercado. A Embrapa está ativamente contribuindo para mudar essa realidade, oferecendo mudas com atributos que atendem às demandas do mercado nacional, além de possibilitar preços acessíveis, disponíveis no momento ideal para o plantio.
O custo das mudas Fênix, embora varie, torna-se competitivo em comparação com as mudas importadas, que costumam oscilar entre R$ 2,30 e R$ 3,60, dependendo do tipo e do local de origem. Essa nova cultivar não só visa satisfazer os produtores no Brasil, mas também já desperta o interesse do mercado internacional, especialmente da Europa.
Além disso, a Fênix possui características que a tornam excepcional, como sua produtividade alta, com rendimentos que variam de 900 gramas a 1.600 kg por planta, dependendo do sistema de cultivo. O plantio entre março e abril proporciona colheitas que começam de maio a junho, estendendo-se por até sete meses, o que oferece uma vantagem comercial significativa em períodos de baixa oferta no mercado.
Os sinais de crescimento no cultivo de Fênix são evidentes. Durante a Expointer de 2023, a cultivar foi lançada e, desde então, o volume de produção e a adesão ao cultivo têm aumentado. O potencial de mercado é vasto: com mil hectares dedicados ao morango no Brasil, poderia haver uma produção anual de até 350 milhões de mudas. Essa possibilidade se torna mais relevante considerando que, anualmente, cerca de 70 milhões de mudas ainda são importadas.
Finalmente, as experiências de produtores como Darceli e Ilóivia Chassot, que adotaram a Fênix em suas propriedades, demonstram os êxitos práticos dessa cultivar, ressaltando sua resistência e a manutenção da qualidade das frutas ao longo de variações climáticas adversas. Esse cenário promissor sugere um futuro cada vez mais autossuficiente e competitivo para a agricultura de morangos no Brasil.
Com informações da Embrapa
Fotos: Foto: Francisco Lima / Embrapa













