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Nova ferramenta potencializa restauração de matas ciliares no Cerrado com valor econômico e ecológico

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A nova ferramenta, chamada Potencial de Restauração e Uso (PRU), traz uma abordagem inovadora para a restauração ecológica de matas ciliares no Cerrado, ao atribuir valor econômico e sociocultural às espécies nativas. Essa metodologia é essencial para comunidades e produtores rurais, proporcionando um critério adicional ao decidir quais espécies incluir em projetos de restauração. Através de testes realizados em uma área de floresta ribeirinha, observou-se que mais de 70% das 93 espécies analisadas apresentavam um PRU considerado médio ou alto, destacando as perspectivas econômicas que podem ser extraídas dessas plantas.

As matas ciliares, que representam faixas de vegetação próximas a corpos d’água, desempenham um papel crucial na manutenção de serviços ecossistêmicos, como a ciclagem de nutrientes, regulação do microclima e controle da erosão. Além disso, são protegidas por leis ambientais que caracterizam essas áreas como de Preservação Permanente (APPs), sendo obrigatória sua restaurar em casos de degradação. Estima-se que aproximadamente 3 milhões de hectares necessitam de restauração no Brasil, com uma parte significativa dessa área localizada no Cerrado.

A heterogeneidade destes ecossistemas, no entanto, complica o planejamento de estratégias de restauração. Métodos tradicionais — como a semeadura, o plantio de mudas ou a regeneração natural — frequentemente focam apenas nos aspectos ecológicos. Isso pode tornar o processo menos atraente para as comunidades locais, motivo pelo qual a pesquisa enfatiza a inclusão de espécies que ofereçam benefícios econômicos. A união do Potencial Ecológico (PE) das espécies com o Potencial de Uso (PU) propõe um aumento significativo nas chances de sucesso nos esforços de restauração.

O estudo foi realizado numa área preservada de mata ciliar ao longo do Rio Ponte Alta, onde foram identificadas 93 espécies. O PE de cada uma foi analisado com base em critérios como a capacidade de atrair fauna e a projeção da copa, que são indicadores importantes para o sucesso da restauração. A pesquisa revelou que 71% das espécies atraem fauna, uma característica valiosa para promover a dispersão de sementes e a regeneração do solo.

Dos 93 espécimes, cerca de 38% eram consideradas pioneiras ou secundárias iniciais, essenciais para criar um ambiente favorável para o desenvolvimento de outras plantas. Curiosamente, espécies com um PE mais baixo podem assumir um papel importante, dadas suas características de uso econômico, o que amplia suas oportunidades de inclusão em projetos de restauração.

Por fim, a análise do PRU mostrou que a combinação de benefícios ecológicos e usos práticos pode motivar um maior interesse na restauração ecológica, oferecendo uma alternativa viável e atraente para as comunidades. A pesquisa revela que o PRU pode fazer com que algumas espécies, anteriormente consideradas menos úteis em termos ecológicos, ganhem relevância no processo de restauração, promovendo não apenas a recuperação ambiental, mas também contribuindo para a economia local e a mitigação de riscos em mercados instáveis.

Com informações da Embrapa
Fotos: Foto: Google Earth / Embrapa

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