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Café Rondoniense: Alta Produtividade e Sustentabilidade Transformam Comunidades na Região das Matas

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Um recente estudo socioeconômico revela um panorama promissor para a produção de café na região das Matas de Rondônia. A produtividade média das plantações de canéforas neste estado é de 68,5 sacas de 60 kg por hectare, superando a média nacional, que é de 50,4 sacas por hectare. Curiosamente, cerca de 90% da produção de café em Rondônia está concentrada em pequenas propriedades familiares, com uma média de 28 hectares, dos quais apenas 3,4 hectares são dedicados às lavouras de café. Entre 2021 e 2023, houve um aumento significativo de 38% no faturamento médio por propriedade, demonstrando uma evolução da rentabilidade.

As propriedades na região se destacam pela alta tecnificação: a irrigação cobre 98,7% da área total plantada, além de que 97,7% dos produtores têm acesso à internet. Este avanço tecnológico, denominado efeito poupa-terra, também se reflete na drástica redução da área dedicada ao cultivo, que encolheu 75% nos últimos 22 anos, enquanto a produção teve um aumento de 550%, passando de 7,8 para 50 sacas por hectare. Essa transformação é particularmente evidente na cafeicultura da região, que se especificou na produção de cafés robustas amazônicos, especialmente desenvolvidos com manejo local adaptado.

O estudo abrangeu os 15 municípios que representam 75% da produção estadual de café robusta, todos reconhecidos com Indicação Geográfica em 2021. Um dado curioso é que a área de cultivo caiu de 245 mil hectares em 2001 para apenas 60,6 mil hectares em 2023, ao passo que a produtividade aumentou de 7,8 para 50,2 sacas por hectare. Essas informações foram coletadas por meio de um questionário aplicado em parceria com o Sebrae-RO, além de dados do IBGE e da Conab.

A pesquisa também evidenciou a boa margem de lucro com o Robusta Amazônico, que está sendo vendido a cerca de R$ 1.300,00 a saca, enquanto o custo em média é de R$ 618,00. Um aspecto positivo deste crescimento é a retenção de jovens no campo, refletido pela queda na idade média dos cafeicultores, de 53 para 47 anos em um período de 15 anos. Além disso, com mais de sete mil produtores na região, a cafeicultura contribui significativamente para o desenvolvimento social.

Outro ponto abordado no estudo é a escassez de mão-de-obra. Embora a mecanização tenha aumentado, substituindo cerca de 50% dos trabalhadores temporários, a busca por mão-de-obra nos períodos de colheita continua desafiadora. Os cafezais demandam grande esforço humano, especialmente durante três meses críticos de colheita.

Em relação à tecnologia, o acesso à internet melhorou substancialmente, passando de 9,2% em 2017 para 97,7% atualmente, facilitando a compra de insumos e a comercialização, um avanço que impacta diretamente a gestão das lavouras e ajuda a combater a evasão de jovens do campo.

Entretanto, os cafeicultores enfrentam desafios como mudanças climáticas que alteraram os padrões de irrigação, exigindo maior uso de água e energia. Além disso, a análise financeira entre os produtores ainda apresenta lacunas, com muitos não registrando adequadamente suas despesas.

O impacto ambiental da cafeicultura na região também é significativo, com os cafezais sequestrando 2,3 vezes mais carbono do que emitem. Notavelmente, não houve desmatamento em sete dos 15 municípios entre 2020 e 2023, e áreas não desmatadas totalizam 56% do território. Em suma, a caféicultura das Matas de Rondônia não só é vital para a economia local, como também desempenha um papel crucial na preservação ambiental, unindo produção agrícola e sustentabilidade.

Com informações da Embrapa
Fotos: Foto: Enrique Alves / Embrapa

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