A ovinocultura brasileira está passando por uma revolução com um projeto inovador que visa a criação da “ovelha do futuro”. Desenvolvido por uma equipe de pesquisadores da Embrapa Pecuária Sul, no Rio Grande do Sul, a iniciativa tem como objetivo otimizar a eficiência e a produtividade dos rebanhos de corte, resultando em animais com características genéticas superiores. As pesquisas já demonstraram resultados promissores, resultando em ovelhas que possuem melhor conformação e rendimento de carcaça, capacidade de produzir mais cordeiros, perda espontânea de lã e resistência à verminose.
Essas melhorias são o fruto de um meticuloso processo de seleção genética, que visa, entre outras coisas, aumentar os índices de prolificidade. Isso significa que cada ovelha tem potencial para parir mais de um cordeiro, aumentando assim a rentabilidade do produtor. Além disso, a seleção está sendo feita para identificar animais que possuem resistência natural a parasitas, reduzindo custos com vermífugos e aumentando a saúde dos rebanhos.
A fase atual do projeto envolve repasse de carneiros melhorados a produtores parceiros, com a intenção de avaliar o desempenho dos descendentes em condições reais de manejo. Essa colaboração é crucial, pois permitirá a validação das características desenvolvidas em rebanhos comerciais antes de sua ampla disponibilização. A expectativa é que a adoção dessas práticas contribua para dobrar a eficiência produtiva na ovinocultura de corte, melhorando a relação entre receitas e despesas.
Outro aspecto importante da iniciativa é a diminuição das emissões de gases de efeito estufa, já que a genética aprimorada pode resultar em menos utilização de recursos para alimentação e manejo, além de reduzir o número de animais improdutivos. Os pesquisadores acreditam que, ao permitir que os produtores escolham as características desejadas, adaptando-se às suas realidades, o projeto poderá levar à criação de uma ovelha mais adaptada às demandas do mercado.
A eficácia dessa nova abordagem também pode ser vista no potencial para reduzir a dependência de práticas de manejo tradicional, como a tosquia, uma vez que a seleção de animais que perdem a lã espontaneamente tende a diminuir a necessidade de mão de obra e os custos operacionais.
Em resumo, a ovinocultura no Brasil está se movendo em direção a um futuro mais sustentável e produtivo, sustentado por pesquisas que prometem não apenas melhorar os indicadores econômicos dos produtores, mas também trazer benefícios ao meio ambiente e ao bem-estar dos animais. A implementação dessas melhorias genéticas se apresenta como uma solução clara para os desafios enfrentados pela produção ovina, potencializando a lucratividade e a sustentabilidade do setor.
Com informações da Embrapa
Fotos: Foto: Keke Barcellos / Embrapa